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Idivina Campos Roque

1925 - 2020

Viveu intensamente sua vida e cumpriu a missão na terra.

Dona Idivina - também chamada de Vó Baixinha devido aos seus 1,50 metros de altura e números de calçados 31/32 - foi mãe, avó e bisavó.

Religiosa, Idivina sempre contava as histórias bíblicas em suas conversas com os netos que tanto amava. Com eles, também compartilhava as aflições e dava conselhos.

Foi casada por 53 anos com Seu Alcides Roque e teve seis filhos: Mari Suely, Geraldo, Irismar, Paulo, Valdir e Hélio.

Com Marilisa, sua neta, compartilhou o amor pela canção “Dona Cila” de Maria Gadú, que mostrava a forte ligação entre as duas, dada a divisão de quarto por 13 anos entre elas. Com Marilice, acolheu-a em sua casa, em Itaporanga, quando tinha três anos e fazia os aniversários de suas bonecas para ela não se sentir só. Com Marili, discutia sobre religião e história que tanto atiçava sua curiosidade.

Era muito alegre e adorava festas em família. Em 1995, fez Bodas de Ouro com Seu Cidão em um clube em Reginópolis, contando com a presença também de sua mãe, quase centenária.

Tinha como hábito tomar vinho tinto seco e chupar laranja-lima. Vivia perfumada e abusava de seu perfume preferido: Angel Thierry Mugler Eau de Parfum - que sempre pedia aos familiares quando iam ao exterior. Todo dia após o almoço, tirava um cochilo e quando acordava, tomava seu café da tarde com bolo de milho e café.

Adorava ler e lia diariamente. Os assuntos eram os mais variados possíveis, principalmente sobre História e Catolicismo.

Sempre falava com suas comadres por telefone e fazia questão de saber como elas estavam, mesmo com a distância física.

Com 90 anos, Dona Idivina desenvolveu glaucoma e perdeu a visão, mas isso não impediu que ela se informasse. Pediu um rádio para garantir sua autonomia e continuou aprendendo.

Ela era apaixonada por crianças e fez questão de mimar ao máximo seus bisnetos. Com Olívia, deu o apelido de “pacotinho” e fazia questão de cuidar dela enquanto a mãe ia ao supermercado. Com Lucas, perguntava se ele tinha um beijo e um abraço para dar a bisa.

Idivina nasceu em Pongaí (SP) e faleceu em Bauru (SP), aos 95 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Idivina, Marilisa Bassini. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Alexandre Ramos Costa, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 23 de janeiro de 2021.