1963 - 2020
Presenteava a todos de coração e sabia, com sua alegria, provocar festa onde chegava.
Dona Ione Cândida Costa Azevedo poderia, como ela mesma dizia, ter acrescentado ao seu nome mais um sobrenome: "Pronto", porque estava sempre pronta, com sua bondade, a fazer as pessoas felizes com seus gestos puros e verdadeiros.
Foi casada com Ailton por quase 20 anos e com ele teve os filhos Caio e Luiz Paulo. Esse casamento foi interrompido pela morte prematura de Ailton, em 2002, com apenas 46 anos de idade. Mais tarde, Ione viveu uma segunda união com Carlos Humberto, numa convivência que se estendeu por outros 15 anos.
As maiores paixões de sua vida foram os seus filhos, seu falecido esposo Ailton, sua família de origem e os amigos que ela fez durante a vida e que não foram poucos. Pelo critério de importância, não poderiam ficar de fora do rol de suas paixões suas cachorrinhas e também as dos filhos, que, na ausência de netos verdadeiros, eram tratadas como netas.
Foi uma mãezona e fonte de alegria para todo mundo, tanto para familiares como para os amigos. Quando ela se foi, foram muitas as demonstrações do quanto ela era querida pelas pessoas.
Sua marca principal era a generosidade. Adorava presentear as pessoas. Toda vez que ia viajar, fazia questão de comprar uma lembrancinha para todos a quem ela iria visitar. E assim como levava presentes, fazia questão de trazê-los, na volta, para os que ficavam.
Um de seus passeios preferidos era a "Feira da Lua” em Goiânia. Lá parecia ser o local onde ela mais se sentia feliz. Ali, era capaz de ficar horas e horas andando e parando em cada banquinha. Não importava se estivesse chovendo ou fazendo muito sol, a alegria estava estampada em seu rosto. E é claro que dentre as pessoas das quais ela gostava, ninguém ficava sem uma, duas, três ou até mais lembrancinhas.
É como diz o seu filho: "Não conheço ninguém que, pelo menos uma vez, não tenha sido contemplado pela Dona Ione com uma lembrancinha da Feira da Lua".
Estradeira de coração, não perdia oportunidade de viajar. Não importava se para perto ou longe. Assim, com a mesma alegria de sempre, ela ia para as casas dos filhos um em Jataí, Goiás, e o outro em São Paulo, capital.
Seus passeios não se limitavam somente à casa de familiares. Gostava de visitar amigos que moravam fora; de ir a fazendas em época de jabuticaba; e de reunir para comer um churrasquinho ou um peixinho.
Dona Ione era muito religiosa e sabia unir o útil ao agradável. Fazia suas novenas e orações pela saúde dos outros em casa, mas a fé servia também como pretexto para pôr o pé na estrada quando ia à Festa do Divino Pai Eterno em Trindade, Goiás, que sempre acontece no final do mês de junho, para renovar a devoção e agradecer pelas graças alcançadas.
Ela já foi vendedora, comerciante e dona de casa, mas a profissão que melhor desempenhou foi, sem sombra de dúvidas, a maternidade. Foi uma mãezona. A melhor mãe do mundo na interpretação de seus filhos.
Um deles recorda com gratidão quando, em 2014, passou por momentos muito difíceis em sua vida e ela estendeu-lhe a mão para ajudá-lo a sair de suas dificuldades, oferecendo-lhe a força e o apoio necessários para resgatar sua dignidade, autoconfiança e autoestima.
Chega a ser difícil falar desta mulher que fará falta a todos por suas virtudes inumeráveis.
Será sempre lembrada por sua bondade, pela alegria que provocava festa onde chegava, por ter sido tão bondosa, caridosa e humana, pela sua fortaleza, pela guerreira que nunca teve tempo ruim, mesmo quando as nuvens estavam escuras.
Sua partida fará muito falta, principalmente, pelo ensinamento que espalhou vida afora de que ninguém deve desistir dos seus sonhos, como ela mesma demonstrou com palavras e exemplos.
Ione nasceu em Jataí (GO) e faleceu em Rio Verde (GO), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Ione, Luiz Paulo Costa Azevedo. Este tributo foi apurado por Hélida Matta, editado por Vera Dias, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 14 de dezembro de 2020.