Irani Rosa Cândido

1947 - 2020

Tinha uma luz, uma alegria e uma sabedoria que, assim como seus bolinhos de final de tarde, eram incríveis.

O que Irani mais gostava era de contar histórias. Muitas vezes eram puras invenções, mas contava também diversas que haviam sido por ela vivenciadas. Cada uma trazia um ensinamento, uma dica... E ela sempre dizia: "Tenha cuidado com o que você fala. Você é o que sai da sua boca!"

"A minha vozinha era a melhor pessoa do mundo, sempre alegre e com histórias incríveis que, na maioria das vezes, tinham o intuito de fazer sorrir e ao mesmo tempo nos ensinar uma lição valorosa", conta a neta Jéssica.

Ela era muito engraçada, levava alegria e amizade por onde passava. Inclusive ao lindo jardim onde, além de cultivar, conversava bastante com suas plantinhas. Depois, sentava-se na varanda e ficava apreciando cada uma delas com orgulho.

As viagens de carro ao lado de dona Irani eram inesquecíveis e passavam rapidinho. Ela gostava de sentar-se na frente, no banco do carona, e cantava por todo o trajeto. Era sempre uma festa! Nunca faltavam canções como "Soldadinho de Deus", de Guatupê e Guaratuba, e "O Ipê e o Prisioneiro" (Ipê Florido), de Liu e Leo.

O que Irani mais prezava era a família. Reunir todos em sua casa era certamente o momento de plena felicidade para ela. Às 10 horas da manhã, o toque do celular anunciava diariamente sua chamada de vídeo para saber de cada um dos familiares. Ela orava por todos eles, era uma mulher de fé e se sacrificava em função do próximo, estava sempre disposta a ajudar.

Irani era uma cozinheira de mão-cheia e a neta guardará na memória, com muito carinho e saudade, os bolinhos maravilhosos que ela fazia todas as tardes para elas comerem enquanto batiam um "papo gostoso".