1941 - 2020
A tia mais querida que contagiava todos com sua alegria e seu jogo de bingo.
Como uma boa amante de jogos, tia Irene “sempre estava acompanhada de sua sacola de bingo”, conta a sobrinha Juliana. Levava a “boa sorte” em seu sobrenome, Boaventura. Era assim que contagiava todos com sua alegria e humor nas reuniões familiares, “falava diversas bobagens e fazia com que todos sorrissem”.
Certa vez, Juliana lembra quando foi apresentar seu namorado para Irene, “ela olhou para ele e disse que até ela queria um homem daquele".
Muito comunicativa, Irene adorava fazer a feira para conversar com os feirantes. “Todos os dias andava pelo bairro, ia aos comércios conversar e fazer piadas com os vizinhos. Sempre muito bem-humorada.”
“Todos tinham muito apreço por ela”, recorda a sobrinha que tem guardado com carinho em sua memória gustativa o bolo de coco da tia Irene, “Oh! delícia”.
Já aposentada, Irene planejava viajar para o México em 2020, “país onde seu primogênito mora; estava com a passagem comprada, porém, no dia da viagem, já se encontrava hospitalizada”.
Assim como esse sonho que ficou pelo caminho, Juliana lamenta as limitações que o modo da partida da tia impôs: “não pudemos vesti-la com seu vestido de noiva, como tanto desejou”. Mas tal circunstância jamais ofuscará a imagem de Irene como a “tia querida, desbocada e eternamente contagiante”.
Irene nasceu em Quipapá (PE) e faleceu em São Paulo (SP), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha de Irene, Juliana Silva de Araujo. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Rosimeire Seixas, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 3 de fevereiro de 2021.