1949 - 2021
Viveu em meio a muitas dificuldades e foi um exemplo de fortaleza e confiança em Deus.
Irene amava a vida e o viver sem se deixar abater por adversidades, como cuidar do marido severamente doente e acamado ou ter que lutar ela mesma contra o câncer. Ela era muito forte, passava por tudo sem reclamar, sempre com um alto-astral que a levava a encarar os problemas de forma leve e a conservar o sorriso no rosto. Por isso tudo, acabou se tornando um exemplo de mulher forte, guerreira e batalhadora.
Muito comunicativa, gostava de puxar conversa e mesmo com a vida difícil que levava tinha sempre uma boa história para contar. Gostava de passar sua lição de vida para as pessoas e mostrar que era possível passar por dificuldades e vencer. Apreciava cuidar das pessoas quando estavam numa situação difícil. Se alguém tivesse um bebê ou estivesse passando por uma cirurgia, ela já se oferecia para cuidar da pessoa ou dava seus bons conselhos.
Conheceu seu marido no bairro onde moravam em São Paulo e, por mais incrível que pareça, começaram a namorar num Dia de Finados, dentro do cemitério! Os dois contavam essa história dando risada.
Norberto e Irene viveram uma união de muito amor, cumplicidade e respeito. Passaram muita necessidade, mas sempre juntos. Não se desgrudavam por nada, sempre um cuidando do outro. Formavam um casal muito apaixonado, possuíam muita fé e frequentavam a Igreja Evangélica.
Teriam completado cinquenta e quatro anos de casados no mês de maio de 2021 se ambos não tivessem sido vitimados pela Covid-19. Internada em um hospital durante o funeral do marido, não saiu dele com vida. Suas cinzas foram lançadas sobre a sepultura dele, como que para selar o forte amor que existiu entre os dois.
Irene teve quatro filhos, Sidnei, falecido aos 26 anos, Kátia, Viviane e Priscila, e sete netos: Aninha, Monique, Giovanna, Giulia, João Pedro, Maria Eduarda e Mariana. Foi sempre uma mãe amorosa, preocupada e conselheira. Como avó, era coruja e fazia todos os gostos dos netos ou então os deixava fazer tudo aquilo que queriam. Adorava quando dormiam na sua casa, dava comida na boca, amassava a comidinha, e podia estar descansando, mas se os netos lhe pediam alguma coisa, ela já dava um jeito de atendê-los.
Amava estar com as filhas e netos. A família gostava de se reunir com frequência e o almoço era especial quando todos estavam em São Paulo. Nestas ocasiões, Irene e o marido ficavam supercontentes e esses eram momentos sempre muito agradáveis. Irene alimentava o sonho de comemorar as suas Bodas de Ouro e, quando essa data chegou, as filhas fizeram uma bonita festa e o casal ficou muito feliz.
Nas horas vagas, apreciava passear, assistir aos programas da tarde na TV ou então descer ao pátio do condomínio para bater papo com as amigas, contar sobre as lutas que passou e venceu, fazendo questão de ressaltar o papel da sua fé e confiança em Deus.
Kátia, uma das filhas, fala de algumas lembranças gostosas de se contar: “Ela gostava muito de comer. Na mesa, quando todos já estavam satisfeitos, ela já dizia: 'Pode matar'? Ela sempre queria comer o que sobrava. Amava queijo. Gostava de se cuidar, cuidar da saúde e muito de ir a médicos... Ela nos ensinou a ter caráter, a sermos mulheres direitas, batalhadoras e a ter fé. Essa é a história da minha mãezinha e quanta falta ela nos faz”!
O marido de Irene também foi uma das vítimas da Covid-19. Você pode conhecer mais sobre a história dele e do casal acessando a homenagem para Norberto M. Castilho Neto neste memorial.
Irene nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Irene, Kátia Castilho. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Larissa Reis em 11 de janeiro de 2023.