Ivan Mendes

1950 - 2020

Percorreu o Brasil trabalhando e juntando dinheiro para pagar seu curso de pré-vestibular. Formou-se engenheiro!

Pai, marido, avô, irmão e amigo, Ivan era aquele que apreciava um bom papo: conversar com as pessoas de gerações diferentes sobre diversos assuntos. Aconselhava filhos, irmãs, sobrinhos, amigos sempre que o procuravam. Era um porto seguro, um exemplo para toda família, um grande conselheiro da parte econômica e profissional. Muitas decisões eram tomadas a partir de suas orientações.

Nasceu no Rio de Janeiro no bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade, onde viveu parte da vida. Foi o único filho homem e a sempre se preocupou muito com as quatro irmãs, em saber como estavam em sua vida pessoal e assegurando-se do bem-estar de cada uma. Era muito protetor e cuidadoso.

Ivanzinho deu muito trabalho para Dona Clara, sua mãe, da infância de menino peralta ao adolescente que andava pendurado nos estribos dos bondes pela cidade. Joaquim, seu pai, era completamente apaixonado pelo filho e a ele transmitiu o amor pelo Botafogo, time do coração.

Apesar de uma infância com muitas dificuldades financeiras, sempre existiu muito amor e união na família.

Ivan se formou técnico em Estradas pelo Cefet/RJ, trabalhou Brasil afora e juntou dinheiro para estudar e fazer o pré-vestibular. Conseguiu passar para a Faculdade de Engenharia Civil, onde conheceu a também estudante de engenharia que se tornou sua esposa, mãe de seus filhos e companheira da vida inteira: Gracia Mendes.

Trabalhou em grandes obras, como na construção da Ponte Rio-Niterói, nos aeroportos do Rio de Janeiro, Vitória e Campos e em muitas companhias, até que em 1978 abriu sua própria empresa de construção civil.

Sentia muito orgulho de ser engenheiro e da educação que conseguiu proporcionar aos filhos Stella e Vinícius, o que possibilitou a cada um deles inúmeras conquistas pessoais, incluindo a independência financeira. Foi um pai muito exigente com os estudos, e era presente em qualquer situação. Estava lá para todas as horas.

A sobrinha Camila lembra: "Tio Ivan falava que o estudo nem sempre abre portas, mas se não estudarmos as portas se fecham".

Ivan tinha hábitos simples e acreditava que a felicidade estava no dia a dia. Por isso fazia questão de sempre estar reunido com a família. Ao lado das pessoas que amava, aproveitava para contar suas histórias, situações que vivera, suas viagens. Tinha prazer em lembrar suas experiências de vida e através delas mostrar que tudo foi conquistado com muito trabalho e determinação, estimulando quem estivesse ouvindo a fazer o mesmo.

Fazia questão de assistir aos noticiários noturnos da TV, para ficar informado da situação econômica do país. Para ele, esse momento era especial, e exigia dedicação e atenção exclusivas.

Os netos Pedro, João e Joaquim terão muito orgulho do avô. "Sua forma de falar, abraçar e amar estarão sempre presentes em todos nós. Porque foi na presença que você nos ensinou a coisa mais importante da vida: amar a família", afirma Camila.

"Sua falta é imensurável. Apesar de ter sido um amante dos cálculos, Ivan Mendes nunca será só um número", conclui a sobrinha.