1947 - 2020
Ela gostava de guardar lembrancinhas de aniversários; quando não tinha, ela levava embora um guardanapo para relembrar o momento.
Ivonete trabalhou muito para dar o melhor que podia aos seus filhos. Era uma mulher determinada, e fazia o que fosse preciso para vê-los realizados e felizes. Amava cozinhar, sempre preparava os docinhos para as festinhas dos netos. Mimava todos da família, mostrou uma força extrema quando perdeu seu filho caçula. Ivonete sempre foi referência do ser e fazer.
Amava estar em contato com bebês, não podia ver um nenê, que já precisava pegar no colo. Cuidou de várias crianças. Ivonete sorria ao contar tudo que havia feito. Ela, de fato, se dedicava em ajudar quem precisasse. "Amava cuidar da sua neta, em especial. Saía de Duque de Caxias e vinha para a Barra da Tijuca dormir na casa dela", relembra Silvana.
Reverenciava a vida, e todos os momentos que a ela eram oferecidos. Sempre se manteve ativa. Ivonete gostava de ir ao shopping, e tomar café da tarde com sua neta. "Bastava alguém dizer 'Estou com vontade de comer tal coisa', que ela ia lá e preparava na mesma hora", relembra sua filha.
Ivonete tinha mania de andar com folhas de plantas para fazer chá; levava para todos que precisassem. "Minha mãe dizia "Filha, vou trazer um Romã para fazer um chá, ela ia atrás e conseguia."
Sempre se preocupou em perguntar como as pessoas estavam, era assim com todos que conhecia. Ela sofria, vendo alguém sofrer. Ivonete sempre presou manter suas memórias vivas, ela amava quando no final da festa eram distribuídos presentinhos como lembrança; e na falta deles, ela se contentava em levar um simples guardanapo para guardar a alegria vivida. Ivonete deixou um legado de fidelidade com os seus, e predileção por pessoas boas.
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Carta aberta de sua filha Silvana.
Ela foi a melhor mãe que eu podia ter, meu maior orgulho foi sua trajetória. Em todas as datas especiais, ela amava nos presentear, por exemplo: ela gostava de sempre nos dar algo para casa, algo que ficasse sempre ali, e que fizesse a gente se lembrar dela. Uma esposa dedicada em tempo integral, sempre acompanhou seu esposo ao médico. Todos os dias me ligava. Sinto falta de toda noite meu telefone, tocando com minha mãezinha do outro lado.
Sinto falta dela dizendo 'Filha, tenha uma noite abençoada.' Te amo para sempre, mãe.
Ivonete nasceu em Pernambuco (PE) e faleceu em Duque de Caxias (RJ), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Ivonete, Silvana Alves ferreira T espindola. Este tributo foi apurado por Luma Garcia, editado por Luma Garcia, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Ana Macarini em 23 de fevereiro de 2022.