1940 - 2020
Mesmo em dias nublados, através do seu sorriso ele brilhava como o sol.
Parecia um anjo: sempre que alguém precisava, lá estava ele! O botafoguense roxo Jair era a alegria em pessoa; muito simpático, ajudava a todos e era a animação do bairro. Constantemente, ao ser sugerido que descansasse um pouco, retrucava: "Se parar, enferruja!"
O amor da sua vida foi dona Augusta. Nos cinquenta e três anos de união, o casal teve cinco filhos e nove netos. “Ele buscava todos os netos na escola e sempre ia de boné, com a sua bicicletinha vermelha”, conta a neta Thainá, que tinha uma relação de cumplicidade e carinho enorme pelo avô. Ela conta que Jair a levava para tomar açaí escondido e falava: “Shiii... não conta pra ninguém. Isso é segredo nosso!”
Com ele, tanto a neta como outros familiares acabaram aprendendo a amar o Botafogo. “E pensar que quando eu era pequena, por um breve período, virei botafoguense pelo simples fato de ele torcer pelo time de General Severiano”.
Todos aprenderam também com Jair que um pão com mortadela e um cafezinho nunca podem ser dispensados, pois eram a sua marca registrada.
“Ele sempre foi o nosso protetor, mas foi promovido a um cargo muito melhor: virou o nosso anjo da guarda e, ao contrário da estrela do Botafogo, não está solitário. Ele está muito bem acompanhado do amor da sua vida, a nossa matriarca Augusta Machado Dantas”, conclui Thainá.
A esposa de Jair também foi uma das vítimas da Covid-19 e tem uma linda homenagem neste Memorial. Você pode conhecê-la procurando por Augusta Machado Dantas.
Jair nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Jair, Thainá Rocha Dantas. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 28 de janeiro de 2021.