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Jamile Silva Leite dos Reis

1976 - 2020

Uma mulher forte que amava a família, o mar da Barra e o carnaval de Salvador.

Jambo, assim era chamada essa mulher alegre, de sorriso largo, simples e cheia de amor pela vida. Para sempre a minha Mily.

Autêntica, discutia os assuntos difíceis que assolam o nosso mundo, de uma forma que nos fazia refletir sobre a vida.

Adorava o mar, por isso, quando me acompanhou numa jornada para realizar um sonho e fomos morar por dois anos no Mato Grosso, dizia que queria voltar para a Bahia.

Queria voltar para perto do mar e da família. Então foi aqui que você viveu tudo o que queria viver.

Mesmo diante de dificuldades, como ficar desempregada, era aqui que deveria estar. Você sempre dizia que ainda iria acabar o curso de Direito, que precisou trancar no quinto semestre por falta de grana.

Mily defendia seus pensamentos com unhas e dentes, por isso, contrariava muita gente. Mas claro que ela não se abatia e continuava clamando e lutando por justiça.

Sonhava com uma vida simples, mas encantadora. Queria uma casinha perto da praia para nós duas. E, na varanda, ao entardecer, cantaríamos juntas, bem alto. Como fizemos naquela viagem de 2.500 km, cantamos muito e a estrada ficou ainda mais bonita.

Então, em frente ao mar, seríamos felizes, como sempre fomos.

Seu sorriso marcante iluminava a vida das pessoas que você amava. Sempre dava um jeito de estar presente, suas mensagens de bom dia aqueciam nossos corações. E mesmo à distância, cuidava de quem precisasse.

Minha amada Mily, aqui ficamos com o que aprendemos com você: "Lugar de mulher é onde ela quiser!"

Vai, meu amor, vai para junto de Deus e saiba que deixou o seu legado.
Ensinou-me a ser a mulher que quero ser. E você, minha Mily, será para sempre a minha doce companheira.

Até um dia!

(Depoimento da companheira de Jamile, Denise)

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Jambo ou Mille, era assim que era chamada pelos familiares. Caçula de oito irmãos, era muito companheira e amiga.

Mãe de um único filho, lindo, que ela amava muito. Ele também tinha um amor imenso pela mãe, por isso ela está fazendo muita falta em sua vida.

"Uma mulher grande, forte, linda, alegre e que amava viver. Intensa, prestativa e dona de um abraço aconchegante. Sua marca era o sorriso fácil, difícil era vê-la triste", fala Verônica sobre a irmã Jamile.

Tinha muitos sonhos para realizar, amava o mar e dizia que "nele encontrava a calmaria".

Sempre lutou muito por justiça; por isso, cursava Direito, pensando em lutar pelos direitos das pessoas.

O Espiritismo era sua crença e outra de suas paixões. Leitora da literatura espírita, enviava muitas mensagens aos irmãos e amigos. Acreditava que essa vida não acabava com a morte.

Então, essa dor que agora é imensa, vai virar saudade e, se você estiver certa, Milly, um dia se transformará em reencontro.

(Depoimento da irmã de Jamile, Verônica)

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Como uma boa capricorniana, tinha personalidade forte, uma alegria na alma e um lindo sorriso estampado no rosto.

Amava o mar da Barra e o carnaval de Salvador. "Uma grande mulher, em tamanho e em amor; seu abraço era sempre acolhedor", lembra Nathália, sua sobrinha e afilhada.

Era uma ótima irmã, mãe, tia, madrinha, companheira, amiga e com certeza seria uma ótima advogada.

"Sempre será amada", conclui a afilhada Nathália, homenageando com imenso afeto e ternura, a madrinha.

(Depoimento da sobrinha e afilhada de Jamile, Nathália)

Jamile nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Salvador (BA), aos 44 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela companheira, pela irmã e pela sobrinha e afilhada de Jamile, Denise Melo Silva, Verônica Silva Leite Lima e Nathália Silva Leite Lima. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Cristina Marcondes, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 20 de novembro de 2020.