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Janaina Andrade Navajas Alencar

1976 - 2020

Adorava batom vermelho e roxo. Estava sempre com roupas coloridas e vibrantes.

"Janaina estava na nossa família há vinte e cinco anos. Nunca brigamos ou nos desentendemos", assim Patricia inicia sua homenagem à cunhada.

Patricia diz que "Jana sempre foi louca para ser mãe. Era o seu maior sonho e, com a graça de Deus, foi concretizado com duas riquezas, Théo de 11 anos e Lucas de 6". A cunhada a descreve como "uma mãe carinhosa, atenciosa e uma esposa apaixonadíssima por Alexandre, mais conhecido como Lobão".

Janaina e Lobão se conheceram muito jovens ainda. Ele era músico e ela se encantou por "aquele guitarrista cabeludo". A vida a dois teve altos e baixos, como a de qualquer casal, mas nunca se separavam. "O casamento foi lindo. Faziam tudo juntos, tinham os mesmos gostos e não se desgrudavam por nada nessa vida", descreve Patricia.

Ela estava extremamente feliz, porque o seu filho mais velho conseguiu entrar em um dos melhores colégios de São Paulo. Foi um processo seletivo grande e Théo conseguiu entrar. Jana se orgulhava muito de ter conseguido inserir nele a vontade para os estudos, como ela sempre teve.

Era formada em Letras pela USP e trabalhava como revisora. Além do marido e filhos, Jana tinha outras paixões: livros, Melissa e vinhos. Ousava nas cores fortes e vivas.

Adorava cozinhar, fazer doces, guloseimas e salgados. Havia inaugurado seu "restaurante virtual", com pedidos via aplicativo. Patricia conta que as vendas iam bem, que Jana estava sendo conhecida e já se programava para as datas comemorativas; quando iria arrasar nas vendas, mas não deu tempo de ver o seu sucesso.

"Ela sempre me pediu uma sobrinha, pois eu já tinha o João Vitor e ela sempre foi apaixonada por meninas. Esse pedido, infelizmente, não deu tempo de ser realizado. Mas ela estava igualmente feliz com a sobrinha que nasceu por parte do irmão, finalmente iria enfeitar e mimar uma bonequinha... Porém, mal deu tempo de curti-la", relembra a cunhada.

Janaina nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 44 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela cunhada de Janaina, Patricia Carneiro Alencar Simeão. Este tributo foi apurado por Gabriele Ramos Maciel, editado por Júlia de Lima, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 13 de setembro de 2020.