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Javier Guzman Heredia

1951 - 2020

Ficava todo orgulhoso quando via as notas do boletim da neta, ou quando ouvia o neto aprender uma nova palavra.

Javier tinha garra de vencedor, dizia que a vida era pra ser vivida e para tudo sempre havia um jeito, só não para a morte. Mesmo quando tudo estava de mal a pior, ele estava sempre otimista.

Amava a vida com todas as forças, praticava esportes, amava viajar e jogar tênis. Se manter saudável era uma meta constante.

Nunca foi de ter preguiça, pelo contrário, sempre foi muito batalhador. Buscava o que queria e em tudo o que fazia dava o seu melhor.

"Essa vida é bela, saiba desfrutá-la!", dizia.

Todos o conheciam como um homem brincalhão e sorridente. Comerciante há um bom tempo, conhecia muita gente na região em que morava. Quando saía de casa, no seu caminho sempre tinha algum conhecido, o qual ele cumprimentava com um sorriso no rosto.

Sempre arrumava um tempinho para os netos Luna e Eros, dando a eles muito amor e carinho. Partiu e deixou muitas saudades, três filhos, quatro netos, sua esposa e um irmão, que eternamente irão amá-lo.

“Meu pai sempre foi o meu herói, o homem que eu mais amo no mundo, meu exemplo de vida. Agora ele deu as mãos para o meu avô, também vítima da Covid-19 e, se eternizaram juntos, como sempre costumavam ficar”, diz a filha Rachel.

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"Uma pessoa querida, alegre, amigo de todos, sabia conversar e dar conselhos. Adorava jogar tênis, tinha uma loja de artigos esportivos. Gostava de beber cerveja. Um boliviano que viveu muitos anos no Brasil", conta o filho Alex Guzman.

Javier nasceu em La Paz (Bolívia) e faleceu em São Paulo (SP), aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelos filhos de Javier, Rachel Guzman Valencio e Alex Guzman. Este tributo foi apurado por Bruno Velloso, editado por Andressa Cunha, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 9 de setembro de 2020.