Jeanine Terezinha Bianco

1956 - 2021

Tinha sob controle todos os gastos; guardava boletos impressos anexados aos seus comprovantes.

Pessoa articuladora, não dominava a tecnologia, mas organizava os boletos como ninguém; dizia que funcionava "à moda antiga". Cuidava de cada compra e, quando usava o cartão, infelizmente era conhecida por tê-los clonados. Sua desconfiança também era meticulosa. Mas persistia... Logo encomendava outro cartão.

Apesar da descrença nos meios virtuais, foi nas redes sociais que encontrou seu verdadeiro amor. Um namoro à distância? Não, ela não deixou! Ele se rendeu e veio viver o amor com ela. Eram verdadeiramente apaixonados e tiveram grande entrega e intensidade.

Uma familiar e amiga presente, entre as maneiras de carinho que sua sobrinha Maria relembra, estão as mensagens que enviava todos os dias, os domingos que recebia os familiares sem falta em sua casa e a dedicação na feijoada mais gostosa que cozinhava para os conhecidos.

Depois da viuvez, os olhos de Jeanine coloriram menos a vida. Nunca se recuperou plenamente e passou a levar uma vida ocupada, repleta de dilemas alheios que talvez lhe impedissem de sentir o vazio que trazia consigo. Trabalhou freneticamente, cuidou das pessoas ao seu redor e amou todos à sua maneira.

Recém-aposentada, ainda tinha muito o que fazer. Estudou, trabalhou, amou e viveu. Para sua família, inteiramente marcada pela sua existência, deixou uma sensação de vazio e saudades, mas, nessa lacuna são preenchidas as lembranças boas de seu jeito singular e agregador. Maria conclui quando fala em nome da família: "Consolamo-nos, acreditando que ela está feliz e encontrou novamente o seu amor...".