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Joanna Carnielo Miguel

1928 - 2020

No cuidado com os seus, com a casa e as miudezas que sustentam a vida, criava um cotidiano feito à mão.

“Do lar”, como define carinhosamente a filha Maria do Carmo, costurava e fazia crochê nas horas vagas. “Caprichosa como ela só”.

Quem já arriscou algum trabalho manual, certamente logo percebeu que é preciso muita força para se chegar à delicadeza. Paciência para lidar com emaranhados ou pontos perdidos. Diligência para seguir com o vai e vem da agulha e da linha até compor uma malha flexível e bela.

“Minha mãe sempre foi batalhadora e corajosa. Dentro de suas possibilidades, fez de tudo pela família,” conta Do Carmo, lembrando do desvelo com que Joanna cuidava do marido.

A filha descreve a bonita relação construída com sua mãe: “Só de nos olharmos, já nos entendíamos. Às vezes, caíamos na risada, por nada. Era muito bom. Ter mãe é tudo. É difícil quando você pensa algo que só ela poderia te responder e ela não está mais."

Ficam as memórias entremeadas pelo amor que Joana dedicava às pessoas. Fica a lembrança de uma pessoa íntegra, trabalhadora, de muitas virtudes. "Descanse em paz, minha mãe,” despede-se Do Carmo.

Joanna nasceu em Pindorama (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 92 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Joanna, Maria Do Carmo Miguel Garisto. Este tributo foi apurado por , editado por Tatiana Natsu, revisado por Walker e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2021.