1955 - 2020
Inteligente e brincalhão, Beto, gostava de festas e reuniões familiares. Adorava receber as pessoas em casa.
João Alberto era descendente de portugueses e tinha muito orgulho de seu bigode. Vascaíno doente, torcia para o time que também tinha um pouco de suas raízes. Era apaixonado pela cruz-de-malta e fanático por futebol, assistia até ao campeonato japonês. Não era, porém, a única modalidade que apreciava, curtia esportes de forma geral.
Morava do outro lado do Oceano Atlântico, um mar o separava de sua descendência. Com o calor do Rio de Janeiro, amava tomar uma cervejinha e também pescar. "Sempre que vinha a São Paulo visitar as filhas, no caso eu e minha irmã, íamos todos pescar", conta Tatiana.
O pai maravilhoso de três filhas e um filho tornou-se um superavô. Seu primeiro neto chama-se João em sua homenagem.
Na cozinha, curtia inventar receitas novas. Ele e a segunda esposa mandavam muito bem nos quitutes, garante Tatiana. “O prato preferido dos netos era o rocambole de carne moída.”
Trabalhou durante vinte anos como promotor de uma grande empresa do setor de higiene e limpeza doméstica, até se aposentar. Fez inúmeros amigos por lá.
Uma história em especial que sempre contava com entusiasmo era a partida de sinuca em que viu Rui Chapéu jogar pessoalmente.
Beto tinha outra paixão: o carnaval. Sua escola de samba: a verde e rosa. Paixão que passou para a filha, que todos os anos recebia uma camisa da Mangueira.
Agora, João Alberto virou uma estrelinha verde e rosa que lá do céu ilumina a família Amancio.
João nasceu em Nova Friburgo (RJ) e faleceu em São Gonçalo (RJ), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de João, Tatiana Fructos Amancio. Este texto foi apurado e escrito por Mateus Teixeira, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 16 de maio de 2021.