1964 - 2020
Uma alegria que contagiava o mundo.
João Bigode transmitia alegria para todos que estivessem a sua volta.
Era a alegria das reuniões entre família e amigos! Sem ele não existia a festa! Adorava estar junto, beber, comemorar, abraçar, amava e era amado demais pelas crianças da nossa família e amigos.
Amava sua profissão, trabalhava como construtor, costumava andar de calças jeans e camisa xadrezinha, sempre com uma trena na cintura e, às vezes, um desses metros de madeira, nas mãos. Trabalhou na manutenção do Hospital de Piraju durante um bom tempo. Era reconhecido por sua dedicação e por ajudar. Muitas vezes, fazia serviços que não eram do seu setor.
Lá, fez uma grande amizade com Rosaninha, os dois eram responsáveis pela barraca do pastel, nas festas de fim de ano, para angariar fundos para o Hospital. A amizade deles era tão grande, que muitos achavam que ela fosse sua irmã.
De tão grande que era seu amor pelo hospital, sua filha Jaqueline decidiu fazer enfermagem. Foi um orgulho para João poder trabalhar com ela, no mesmo hospital!
Nas formaturas de seus filhos, roubava a cena, seja dançando e bebendo com os colegas de sala dos filhos ou pedindo para a banda da formatura tocar Boate Azul. Adorava músicas sertanejas!
No casamento de sua filha Jaqueline, foi a figura mais marcante durante a festa, sendo mais comentado que o próprio noivo.
João era apaixonado por sua esposa Hosana, a quem chamava, carinhosamente, de sua baixinha. Tinha uma mania meio esquisita: adorava que sua esposa “pegasse cravinhos” em suas costas, mesmo quando não havia nenhum cravinho. Justificando-se, dizia que era só para receber um carinho.
João era viciado em Coca-Cola. Já no hospital, quando sua esposa foi se despedir dele antes da internação, disse a ela: “Hum... uma coquinha geladinha agora ia bem, hein?”
João, com certeza, era o maior exemplo de alegria, de simplicidade e de trazer felicidade a todos, não importando quem quer que fosse.
João nasceu em Piraju (SP) e faleceu em Sorocaba (SP), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de João, Jacqueline Pacheco. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Cassio de Campos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2020.