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João Fellipe Silva Borginho

2007 - 2021

O garoto que ensinou muitos a amar, o abraço dele era um verdadeiro lar.

João Fellipe foi uma criança divertida. Quando adolescente tornou-se mais tímido e apegado à sua rotina diária. Inteligente, sempre gostou de desafios. Começou a andar de skate aos cinco anos de idade, amava basquete e jogar "Presidente" com a família. Participava de todos os tipos de competição em que conseguisse se superar. "Se deixasse, ele jogava videogame o dia todo", conta a mãe Larissa. "Mesmo assim, não deixava de cumprir as obrigações escolares e as de casa", complementa.

João Fellipe amava sua família. Dizia que sua mãe era a pessoa mais importante de sua vida. O garoto era paparicado por todos, e ficava radiante quando seus padrinhos, madrinhas e primos chegavam de São Paulo e de Curitiba para passar uns dias em Goiânia com a família.

Pizza era sua comida preferida. Também amava lasanha e milk-shake. Na casa do garoto que mamou até os dois anos de idade não podia faltar leite. O dia dele só começava após um copo de leite, e, muitas vezes, também terminava assim, antes de dormir.

"João Fellipe veio para nos ensinar a amar, e tenho certeza que ainda estamos aprendendo muito com ele, mesmo após sua partida. Fui privilegiada por ter gerado e ter sido mãe desse anjo. Agradeço a Deus por cada segundo que eu pude amar e cuidar dele", reflete Larissa.

Um jovem extremamente amoroso e generoso, sempre preocupado com o bem estar de todos, e dono do abraço mais gostoso e o sorriso mais lindo do mundo, segundo a mãe. Sempre dizia: "te amo, mamãe ", "tá tudo bem?", "se precisar, é só chamar", e "mamãe e João Fellipe juntos para sempre".

Amava cantar. Ele e a mãe conversavam, brincavam e riam juntos até a barriga doer, "e aí ficávamos abraçados até pegarmos no sono", lembra-se ela. "Se eu for contar tudo o que meu filho tinha de bom, daria um livro de mil páginas. Ele conquistava o coração das pessoas por onde passava. Quem conviveu com ele, sentiu seu amor e sua generosidade. Eu o amarei infinita e eternamente", despede-se a mãe.

João nasceu em Goiânia (GO) e faleceu em Goiânia (GO), aos 13 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela mãe de João, Larissa Anielle Borginho. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Ticiana Werneck, revisado por Elias Lascoski e moderado por Rayane Urani em 30 de novembro de 2021.