João José do Nascimento

1937 - 2020

Com sua gargalhada longa e coração de menino, dizia bordões sobre viver bem e aproveitar o agora.

João José mudou-se para São Paulo ainda adolescente, em meados dos anos 1950, para tentar uma vida nova na capital paulista. Chegou na cidade confiante, sonhando com um futuro promissor e generoso que se avizinhava.

Anos depois conheceu a Sra. Maria Aparecida - uma moça muito bonita que viu enquanto fazia entregas num desses bares de periferia - a quem amou e de quem se fez marido. Teve com ela seis filhos: Sandra, Sueli, Sidney, Silvio, Aldinir e Anali. Adotou uma sétima com o coração, a sua sobrinha Rosana. Para prover o melhor a eles, trabalhou no ramo de transportes, sendo o seu último e mais marcante ofício o de taxista na Guarucoop, onde se tornou conhecido pelo bordão "Cinco barra mil", uma espécie de confissão pública cotidiana de que a vida é maravilhosa e não há nada sobre o que se reclamar.

Mesmo quando houveram dificuldades, tornou-se cativante, desses de gargalhada longa e reconfortante, com coração de menino. Desses que são "a alma da festa". Oferecia generosamente uma fartura de frutas e doces a quem lhe visitasse. Vestia-se com esmero, as roupas que usava eram todas recebidas, com muito carinho, de presente.

Sua esposa foi uma grande companheira até o último dia, ofertando o melhor do seu cuidado e acolhimento com as suas energias e grande inteligência, todo o tempo. Seus últimos dias foram alegres, na companhia da esposa, filhos, filhas, noras, genros, netos, bisnetos e amigos.

"Quem faz amigo tem amigo" foi uma das suas últimas confissões públicas, na sua festa de aniversário. Despediu-se deste mundo sereno e contemplando o porvir e a terra de delícias preparadas a ele do outro lado do rio.