1962 - 2020
Nos finais de semana levava o delicioso pão recife para o seu lar.
João foi uma pessoa de poucas palavras, mas, às vezes, gostava de contar piadas e algumas histórias mirabolantes. Foi um ser que estendeu a mão ao próximo em tudo o que precisassem, estava sempre pronto para ajudar e fazia de coração. Virtudes essas que causam grande admiração na enteada Amanda.
Companheiro de Divanna desde 1996, construíram uma relação de muito amor e dedicação, e dessa união tiveram um filho, Matheus.
Foi por meio da profissão de engenheiro que proporcionou uma vida confortável para a família, sempre almejando o melhor. "Seu emprego o fez viajar para diversos lugares da região nordeste e, assim, conhecer muitas pessoas", conta Amanda.
O amor pelo seu jipe e admiração pelo time Galo – time da cidade Campina Grande – PB, mostram como essas coisas davam luz aos olhos de João. “Não era alucinado por futebol, mas amava o Treze”, relata Amanda. E acrescenta: “Gostava de brincar e fazer mágicas para Maria Clara, de quem era padrinho. E sempre que recebia Célia, avó de sua afilhada, em sua casa, comprava um maravilhoso vinho, porque sabia que essa gentileza iria agradá-la e assim o fazia".
Amanda, saudosa, relembra: “Nós nunca fomos próximos. Acho que nunca dei a ele o seu devido valor. Quando o perdi, percebi a pessoa que ele era, o suporte que ele foi para toda família. João se tornou a metade da minha mãe, o grande pai do meu irmão e o "Ti Jão" de Maria Clara”. Era ele quem cuidava de tudo, até de mim, sutilmente, mas cuidava”.
Como de costume, estando no aconchego do seu lar, gostava de ir à padaria comprar aquele sensacional “pão recife” para degustar com um bom café quentinho ao lado da esposa.
Outra coisa que João gostava e que acalentava o seu coração era ouvir Matheus chamá-lo carinhosamente de papaizinho.
Amanda faz uma última homenagem ao seu padrasto: “Adeus, João, sua partida está sendo sentida por todos. Quando hospitalizado com a Covid–19, estava planejando encomendar um bolo para comemorarmos sua volta e prometi que íamos ser mais próximos, mas as facetas da vida nos pregaram essa peça e você se foi”.
João deixou um legado de muito amor e dedicação à família. E sempre será lembrado pelo seu imenso coração.
João nasceu em Campina Grande (PB) e faleceu em Goiânia (GO), aos 58 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela enteada de João, Amanda. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Thalita Ferreira Campos, revisado por Francyne Nunes e moderado por Rayane Urani em 6 de junho de 2021.