Sobre o Inumeráveis

Joaquim Gonçalves Paiva Júnior

1963 - 2020

Sua paixão era festejar. Do Carnaval ao Natal, se enganou quem pensou que Paiva não tivesse alegria para tanto.

O passo forte no chão anunciava um dos seus maiores amores. Dançar debaixo do boi, carinhosamente apelidado por ele como “fio cheiroso”. Nestes momentos, extravasava toda a alegria e a ansiedade guardada no coração durante todo o ano. A festa de São João que no início acontecia no “Terreiro do Bolacha”, depois “Arraiá da tia Alzira”, ficou marcado por toda a dedicação e empenho que ele teve durante anos e anos.

Se engana quem pensa que Paiva, como era chamado por quase todo mundo, se fazia marcante apenas em uma época do ano. Ele sempre foi presença certa também do Carnaval ao Natal. Era uma pessoa de festas, de listas para coletas, de encarnação nas “trouxinhas” dos aniversários. Era de personalidade e opiniões fortes. Era de bigode, de barriga avantajada e cabeça branca. Um homem turrão que fora amolecido em apenas poucos meses pelo netinho!

Era esposo, pai, avô. Amigo fiel, de coração grande e sempre disposto a ajudar. Hoje, a dor da saudade chega a ser cortante, mas temos seu legado e a linda trajetória de vida do homem forte e corajoso que amaremos para sempre.

Joaquim nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo sobrinho de Joaquim. Este tributo foi apurado por Carla Cruz, editado por Noêmia Maués, revisado por Rosana Forner e moderado por Rayane Urani em 6 de junho de 2020.