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Joaquim Sérgio Lopes de Noronha

1948 - 2021

Na hora de comer, entregava uma colher de café para cada neto e se divertia com a confusão que causava.

Seu Joaquim foi um homem generoso e agregador. Era tão grande sua demonstração de amor e sua atenção à família, que a filha Camila sempre se sentiu criança ao seu lado. Sempre foi cuidada pelo pai. A ela, e aos seus sonhos, era dado todo suporte.

Em 2018, Joaquim e a filha fizeram uma viagem para Berlim, por ocasião de uma maratona que ela correu. Ele estava lá, apoiando, fotografando, filmando cada passo alcançado pela filha. “Com os olhos marejados e cheios de orgulho, lá estava ele na linha de chegada. Recebi um abraço enorme!”.

Justiça e honradez foram marcas que seu Joaquim imprimiu nos seus atos e que nunca nunca serão esquecidas. São hoje o exemplo e o legado deixado como marido, pai e avô. Será sempre lembrado pela pessoa íntegra que foi, que vivia para seu trabalho e em busca do bem estar de sua família.

Seu Joaquim era apaixonado pelo mar, azul como seus olhos, e dele, amava saborear um bom bacalhau. Também apreciava nhoque e feijoada, mas para além da culinária, o que amava mesmo, era a sua casa cheia e os netos brincando ao seu redor. Ele se divertia e brincava junto, os netos eram o seu alento. Costumava dizer que “na casa do vô, pode tudo”, até comer com a colher de café, para o desespero da filha. Ele ria da confusão que essa situação virava.

Seu Joaquim também foi um marido atencioso, que viveu intensamente a união com a esposa. Ele amava pregar peças de aniversário de casamento. Embrulhava as joias, que daria de presente à amada, em caixas de eletrodomésticos, para brincar com as reações dela, enquanto piscava e dava risadas. Eram como eternos namorados.

Muito apegado à família, seu Joaquim deixa lembranças lindas e alegres na memória dos seus. Seus olhos azuis eram como “o farol que iluminava o nosso caminho”, diz Camila. E continuarão sendo, na eternidade, guiando a família linda e amada que construiu, e pela qual tanto zelou.

Joaquim nasceu em Jacarezinho (PR) e faleceu em Natal (RN), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Joaquim, Camila Tonhozi de Noronha Pinheiro. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Bárbara Tenório, revisado por Emerson Luiz Xavier e moderado por Rayane Urani em 24 de junho de 2021.