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Joel Cardoso de Oliveira

1949 - 2020

Um missionário que usou sua voz potente e seu riso contagiante para levar Jesus às vidas de muitas pessoas.

Pastor Joel, conhecido como “Pai da fé”, foi um homem de Deus que atendendo ao chamado dos necessitados mudou-se algumas vezes para diferentes lugares, inclusive fora do Brasil para levar a mensagem de Cristo e transformar vidas mundo à fora.

A vocação teve início no interior do Paraná onde durante incontáveis noites, fazendo estudos bíblicos, trouxe alento e esperança a muitas pessoas cujo viver não parecia mais ter sentido. Sua capacidade de tocar o coração dos aflitos e trazer conforto aos mais diversos problemas da existência humana fez dele uma referência no trabalho missionário. Sua forte personalidade e convicção das respostas pautadas nas escrituras traziam confiança para os que o buscavam. A resposta para qualquer pergunta começava com a frase: “Vamos ver o que a Bíblia diz”, falava ele entusiasmado abrindo seu livro favorito.

Ser missionário era algo que lhe trazia muita alegria. Seu riso alto e contagiante que chegava a terminar em ataques de tosse era uma marca registrada. Na companhia da esposa Flor, ofereciam auxílios material e espiritual, e trouxeram paz para muitos que trilharam seu caminho. No Paraguai, aprendeu a palavra "Ivotí" que, em tupi-guarani, significa Flor, e assim passou a chamar a esposa. No Ceará e no Piauí realizaram um trabalho missionário que até hoje é reconhecido como inovador. Por onde passou fez amigos fieis o qual chamava de “amigão” e transformou vidas sendo por muitas pessoas chamado de “pai”.

Seus valores, sua crença e disciplina foram a base para a educação dos filhos. Apesar das dificuldades financeiras formou um filho em Tecnologia e Segurança no Trabalho pelo Instituto Federal do Paraná, uma filha em Medicina e outra em Direito, ambas pela Universidade Federal do Paraná e sempre estimulou todos a estudar. O caráter forte e disciplinador, sua marca registrada, para com os filhos, genros e nora, se desfazia fácil com o neto, que ele mimava, defendia e fazia todos os quereres para agradá-lo.

“Foi ele o pai que aplaudiu escandalosamente em pé a filha médica na sua colação de grau. Sem o seu apoio e incentivo, com todos os fatores que falavam contra, não chegaríamos onde chegamos. Seremos eternamente gratos por todo sacrifício que fez por nossa família”, lembra a filha Leilane.

Será lembrado por sua rigidez, suas opiniões fortes, seus valores éticos e, sobretudo, por sua paixão pela obra missionária. Os tesouros dos seus ensinamentos serão para sempre o seu legado nessa terra.

Joel nasceu em São Francisco de Paula (RS) e faleceu em Curitiba (PR), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Joel, Leilane de Oliveira. Este tributo foi apurado por Lila Gmeiner, editado por Ana Clara Rodrigues Cavalcante, revisado por Mateus Teixeira e moderado por Rayane Urani em 26 de dezembro de 2020.