1947 - 2021
Viveu uma boa vida pescando, contando causos e ouvindo modas de viola no seu rádio.
Sr. Jorge, era como muitos o chamavam. Foi o companheiro de uma vida da Dona Iraci. Foram casados por incríveis cinquenta anos e o companheirismo que tinham era muito grande, mesmo quando implicavam um com o outro, não conseguiam ficar longe.
Foi um pai exemplar para seus três filhos. Sempre trabalhou dia e noite e nunca deixou nada faltar. Por muitos anos foi pedreiro e sempre gostou do que fazia. Quando o chamavam para algum serviço ele prontamente estava disponível, mesmo que fosse só para ajudar, lá estava ele, e quando tinha uma garrafa de Coca-Cola para matar a sede, aí era que ele gostava mesmo.
Sempre foi muito prestativo, tinha uma alma leve e uma alegria imensa, foi um grande contador de histórias. Pescar era a sua paixão, não importava o dia e nem o lugar, se chamasse o Sr. Jorge para uma pescaria ele sempre estava presente. Mesmo que algumas vezes ele dissesse que não tinha sido muito boa a pesca, já estava feliz por ter ido.
Tinha o costume de toda manhã ir à padaria, fazia um café e se sentava na varanda para comer. Algumas vezes ligava o rádio para ouvir as notícias e algumas modas de viola que tanto apreciava.
Jorge Farias foi um marido atencioso, um pai presente e um avô incrível para seus quatro netos. Fazia o que estava ao seu alcance para vê-los felizes. Sempre que via sua bisneta, ficava cheio de alegria. Viveu uma boa vida ao redor dos que o amavam. Foi um companheiro na vida e na pesca. “Levaremos para sempre tudo o que ensinou. Mas agora, seu Jorge foi contar suas histórias em outro lugar” lembra com saudades a neta Luany.
Jorge nasceu em Dirce Reis (SP) e faleceu em São José do Rio Preto (SP), aos 74 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Jorge, Luany Vitoria Farias. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Ana Clara Cavalcante, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 23 de maio de 2022.