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Jorge Pereira da Silva

1949 - 2020

Jorge Thiê, professor de arte e artista plástico. O peixe dos dois rios: o Formoso e o de Janeiro.

Ele amava a arte e o social. Mesmo sendo carioca, apaixonou-se pela cidade de Rio Formoso, em Pernambuco, a qual chamava carinhosamente de França.

Amante de arte, da MPB e fã incondicional de Djavan. Ouvia as músicas do cantor enquanto pintava seus quadros. "Inspiração", ele dizia.

Em 2019, pôde realizar o seu grande sonho: ir ao show do seu ídolo, Djavan. "Fizemos uma surpresa para ele, mas ele ficou tão emocionado que quase passou mal e já ia sendo socorrido pelos bombeiros. No final, tudo deu certo! Ele se acalmou, curtiu o show e ainda conseguiu pegar na mão do Djavan", conta a filha Janaína.

Com uma alma jovem, foi difícil aceitar os seus cabelos brancos. Era amante da liberdade e do ar puro. Gostava de caminhar todas as tardes, vislumbrar as paisagens e cumprimentar os vizinhos de mais de trinta anos.

Enxergava beleza em todos os lugares e acreditava na vida e em dias melhores. Nos tempos difíceis, falava em lírios. "É preciso", dizia, "falar nos lírios".

"Hoje, a sua arte parou no tempo. O seu quadro inacabado nos lembra que ele partiu e deixou um legado nas paredes da sua casa e uma saudade no coração de todos que o conheceram", finaliza a filha.

Jorge nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu em Recife (PE), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Jorge, Janaína Lira da Silva. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Mariana Lopes , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de outubro de 2020.