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Jorge Santos Paixão

1953 - 2021

Gentil e solícito, fazia questão de ajudar os vizinhos. Nas mudanças e pequenas reformas, lá estava com sua disposição.

Seu maior tesouro foi sempre sua família. Para as netas Ellen e Maiara ele foi o avô e herói. Fazia questão de preparar os sucos e vitaminas, rechear os pães e cuidar de cada detalhe da alimentação das pequenas. Levar e buscar na escola estava entre seus programas favoritos, não tinha pra ninguém, lá ia o vovô Jorge.

Os radinhos ficavam espalhados pela casa para que pudesse ouvir seus sambas em uma altura que não incomodasse seus vizinhos. Fanático pelo Esporte Clube Bahia, tinha a vaidade em alta e o bigode alinhado como sua marca pessoal.

As refeições eram sempre um programa para ele e sua Diva. Os finais de semana tinham destino certo, a Ilha de Vera Cruz. Fugiam da movimentação da cidade e aproveitavam o churrasco em família.

Luck, Lunna e Pedrita eram seus grandes xodós. Mantinham seu ritual de "bom dia" para circularem pela casa e tinham horário para dormir, bastava seu comando e lá iam os três sem nem pestanejar.

Jorge era um homem de festas, as datas eram sempre comemoradas em família, a maior de suas riquezas. Enfeitava a casa, a varanda e lá vinha forró das antigas pra alegrar o dia de todos. Em cada canto deixou a marca de suas boas histórias.

Jorge nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Salvador (BA), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Jorge, Joelma Paixão. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Patrícia Scótolo, revisado por Emerson Luiz Xavier e moderado por Rayane Urani em 2 de junho de 2021.