José Alberto Milano

1954 - 2021

Contador de números e histórias que apreciava a simplicidade, sendo feliz no lugar onde viveu desde menino.

Betão viveu sempre na mesma vizinhança, aquelas ruas e calçadas contavam sua vida melhor do que ele próprio. O Garça, outro apelido que carregava desde a infância, era conhecido por onde passava.

Não gostava muito de sair das redondezas, e não adiantava tentar convencê-lo do contrário. Ali era seu mundo e ele apreciava estar nesse espaço conhecido, que lhe trazia segurança e bem-estar.

José Alberto era um contador requisitado, dadas as suas habilidades com os cálculos e documentos. Trabalhou na mesma empresa até se aposentar por tempo de casa, mostrou que só um trabalho bem feito pode ser considerado um trabalho cumprido.

Dono de uma personalidade marcante, estava constantemente envolvido em rotineiras e triviais discussões intermináveis com suas três filhas, "as suas meninas", como ele as chamava.

Era louco pelo seu Verdão, o "Parmeira", assim ele fazia questão de se referir ao conhecido time paulista de futebol.

Além de ser contador de finanças, foi também um reconhecido contador de casos do seu bairro. Ele sabia de todas as mudanças ao longo do tempo, seja a rua pavimentada, ou mesmo a troca mais recente das lâmpadas dos postes.

A porta da sala estava sempre aberta, e lá estava ele no portão de casa, rendendo conversa com quem passasse, com quem desse atenção e demonstrasse interesse pela história contada.

Seu jeito pacato de viver o fazia feliz! O Garça, o Betão, ou mesmo o Zé, não importa como era chamado, deixa saudades. Ele amou e foi muito amado, os seus muitos amigos eram amizades de uma vida.

O José Alberto permanece vivo por meio de suas histórias.