1941 - 2020
Sem dizer "eu te amo", demonstrava o amor em silêncio.
Zé Grandão fazia jus ao apelido. Além da grande família que constituiu, com oito filhos, 13 netos e nove bisnetos, era um grande pedreiro, um grande observador e um grande cuidador — da família e de quem precisasse.
Segundo o filho Marcio, “nada passava despercebido” para ele. Era calado, mas extremamente observador. O silêncio ocupa espaços e traduz significados.
Para educar os filhos ou orientar os netos, “nunca falou alto”, conta Marcio.
“Demonstrava seu afeto em pequenos gestos de cuidado”, prossegue o filho.
Tinha um humor “inteligente”: “o senhor é baiano, Seu Zé? Sim, desde pequeno”, lembra Marcio com alegria e orgulho a resposta do pai.
Aos 65 anos, foi acometido pela doença de Parkinson e começou a sofrer fortes dores nos joelhos e na coluna, em decorrência de artrose. Mas nem isso tirou seu humor. Em estágio avançado da doença, ainda era possível perceber “em meio aos seus delírios, seu humor, carinho e cuidado”, afirma Marcio.
Em maio de 2020, dez dias após seu aniversário e treze dias após o falecimento de sua esposa, seu Zé partiu. Os dois estão sepultados um ao lado do outro.
Maria José Ferreira da Silva também tem um tributo em sua homenagem aqui no Memorial Inumeráveis.
José nasceu em Ilhéus (BA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de José, Marcio Alves Ferreira da Silva . Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Denise Stefanoni, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 17 de janeiro de 2021.