1950 - 2020
Zé gostava de ficar no sítio, pescando e consertando coisas, sempre em companhia da família.
Zé, como era chamado pelos seus familiares, juntou dinheiro e suas vontades, e construiu seu próprio barco para pescar. Ele amava o mar. Numa das primeiras vezes que colocou o barco na água, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, perdeu a hélice. Zé até sugeriu que a filha Mariana mergulhasse para procurar ajuda. "Eu não fui, não. A Baía é poluída. Ficamos à deriva um bom tempo, mas depois fomos resgatados e deu tudo certo", lembra a filha que o acompanhava nesse dia, junto com a mãe e um primo. Persistente, Zé não desistiu. Consertou o barco e voltou a fazer passeios e pescar. Afinal, ele também era apaixonado por construir coisas, consertar e fazer obras.
Dono de uma microempresa de manutenção de ar-condicionado, ele dividia o tempo entre o trabalho e o sítio, no qual gostava de estar. "Era seu lugar preferido", conta a filha, sobre o pai que perdia as horas plantando, observando e fazendo suas obras. "Nunca vamos esquecer do dia em que acendeu fogueira para ficar assuntando com os netos. Eles adoraram", diz a filha. Zé deixa a esposa, cinco filhos e oito netos.
José nasceu em São Luís (MA) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de José, Mariana Pinheiro. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Luciane Crippa Kobayashi, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 21 de dezembro de 2021.