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José Castanha

1949 - 2020

Um palmeirense roxo, e fã da variante mais tradicional de moda e pagode de viola. Tião Carreiro era seu ídolo.

Morte dolorosa e solitária: foram dez dias sem poder receber visitas. Não pôde ser velado, o caixão veio lacrado do hospital, com permissão para poucos acompanharem o sepultamento, ocorrido com toda rapidez e sem nenhuma despedida. Mas, no fundo de nossos corações, partidos pela perda irreparável, ficou a plena convicção que esse filho dileto, marido exemplar, pai amantíssimo, sogro respeitado, vovô carinhoso, idolatrado pelos netos e estimado pelos amigos, tomou conhecimento de todas as orações que familiares e amigos lhe endereçaram, e partiu com a certeza de que era muito amado e querido por todos com quem conviveu. E que sua missão aqui na Terra foi cumprida com honra, louvor, humildade e sabedoria.

Faleceu no último dia da novena que havia pedido que rezássemos antes de entrar em completo isolamento. A missa de 7° dia também foi virtual, mas coincidentemente, foi a missa de Lava-pés, a que ele mais gostava de participar. O rito do Lava-pés, cujo significado está descrito em João 13:34 “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei“, encerra ainda a filosofia que norteou a sua vida: servir, perdoar e ajudar. Uma de suas filhas disse: "E foi uma missa especial como ele foi, que é para jamais esquecermos, e todo ano lembrar mais ainda, que a missa de Lava-pés foi missa de 7° dia do nosso adorável Pai e companheiro".

E em 2 Cor 5:8: “Sim, estamos cheios de confiança, e preferimos deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor”, está resumido em tudo aquilo que acreditamos: Deus o receberá de braços abertos, para ocupar o lugar reservado para os justos no Paraíso.

De seu irmão, Osvaldo Pasqual Castanha.

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Uma pessoa feliz. Sempre sorridente, doava-se de corpo e alma para a família. "Se precisa, vamos ajudar", era seu bordão. “Foi sempre muito amado por todos”, conta a sobrinha Shirley.

De sua sobrinha, Shirley.

José nasceu em Tupi Paulista (SP) e faleceu em Santo André (SP), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

História revisada por Ticiana Werneck, a partir do testemunho enviado por familiares Osvaldo e Shirley, em 18 de julho de 2020.