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José Cícero da Silva

1965 - 2020

Prestativo, tinha prazer em tentar reparar até o que, muitas vezes, não tinha conserto.

José Cícero não gostava de ficar parado. Finha, como era carinhosamente chamado pelos mais próximos, dedicava-se inteiramente às necessidades da família, mas não abria mão de ajudar quem quer que fosse e sua determinação para isso era admirável.

Na juventude, mudou-se para a casa de seu tio, a fim de alcançar um objetivo: ser policial. Junto com seu primo Lenildo, conseguiu realizar esse sonho com muito esforço. Muitas vezes, chegava tão cansado das atividades do quartel que dormia na calçada de casa, mas no fim, tornou-se uma figura ímpar na corporação, conhecido como “furacão” cheio de alegria no 8º batalhão da Polícia Militar de Alagoas durante 31 anos.

Uma das maiores características de "J. Cícero" era a sua energia. Adorava pilotar motos, instalar sons automotivos e estar junto dos seus. Era fã do personagem “MacGyver” e, com seu jeito brincalhão, adotava esse pseudônimo para xavecar as garotas na adolescência. Também amava música, seus ídolos eram Bob Marley e Jimmy Cliff.

De seu primeiro casamento, ele herdou o Charles. Mais tarde, conheceu Jailza, esposa e mãe do Kaio, seu caçula.

Finha carregava consigo um espírito altruísta. Sua solidariedade o fez criar, com o auxílio de sua irmã Socorro, uma instituição para ajudar jovens a mudarem de vida através da arte, cultura local e aulas de reforço. O projeto continua, pois seu amor pelo próximo há de ecoar em cada vida mudada por ele.

José nasceu em Cajueiro (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de José, Maria do Socorro. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Miriam Pimentel, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 16 de novembro de 2020.