1969 - 2020
Suas palavras jamais faziam “curvas”, tudo que ele prometia, cumpria!
O auxiliar de manutenção, José Claudio, batalhava para dar uma vida digna à sua família, trabalhando de domingo a domingo. Dificilmente, o cansaço o abatia, pois “sempre chegava em casa todo animado, contente em encontrar todo mundo acordado para beijar na testa e fazer um carinho”, conta o filho Igor.
À sua espera estavam a esposa Eliana e os três filhos – Igor, Matheus e Vinicius – as paixões da vida de José Claudio, ou melhor, as razões de todo o seu esforço para proporcionar “uma vida que ele nunca pode ter”.
Além da família, José Claudio estava sempre rodeado pelos amigos. Era nesses momentos que se transformava no brincalhão Fubica, apelido que ganhou por causa de uma motocicleta antiga.
Assim como sua alegria, a honestidade era sua marca. Como recorda o filho, “Eu vou lembrar dele sempre dizendo que a palavra de um homem não pode fazer curva, que você tem que sempre ser uma pessoa certa e justa, e que tem que dar valor àquilo que te sustenta. Ele me ensinou a dar muito valor para a família e para as coisas que conquistamos com o nosso suor”.
Como exemplo, a esposa lembra a emoção do marido ao conquistar após muito esforço, o seu tão almejado sonho. “A melhor lembrança foi quando ele conseguiu comprar o sítio, nesse dia, ele chorava de tanta felicidade, e dizia que aquele lugar era o maior sonho dele”.
Igor ressalta que essas lembranças foram intencionalmente construídas pelo pai, o qual mesmo ocupado com trabalho, fazia de tudo para viver momentos de lazer com a família, fosse em passeios nos parques, ou em viagens ao sítio no interior, “Meu pai sempre foi uma pessoa de fazer a gente ter memórias boas”, diz o filho.
Com os corações acalentados pelas recordações, a família despede-se de Fubica, cultivando as boas memórias da convivência e das palavras, sem “curvas”, transformadas em ensinamentos tão preciosos para os filhos e eternizando o lugar que ele sonhou e conquistou com muito suor, em seu memorial de vida.
José nasceu em Vitória de Santo Antão (PE) e faleceu em São Paulo (SP), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de José, Igor Oliveira de Albuquerque. Este tributo foi apurado por Rosimeire Seixas, editado por Rosimeire Seixas, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 25 de novembro de 2021.