José Diniz Moreira

1930 - 2021

Era a personificação da bondade. Deixou saudade em forma de detalhes perceptíveis no dia a dia de seus amados.

Durante um ano inteiro a família planejou a comemoração de seus 90 anos. Ele adorava contar como havia chegado a tamanha longevidade tendo uma vida cheia de adversidades. São tantas histórias que facilmente daria para escrever um livro e o mais surpreendente é que, mesmo sendo um passado não tão feliz, ele sempre sorria ao final de cada história contada e sentia-se grato por estar agora rodeado dos filhos e filhas, noras e genros, netos e netas.

Além da prosa boa, tinha um jeito ímpar de cuidar da família, sempre preocupado com a esposa e companheira de vida. Era tão maravilhoso que foi a pilastra que sustentou duas famílias. Primeiro, criou e educou seus irmãos e, depois de conhecer Geni, transformou seus nove filhos em homens e mulheres cheios de bondade e caráter.

Além do exemplo, deixou seu jeito e o sentimento de saudade em diversos lugares: na pinga que ele adorava e que ficou pela metade, no parquinho que não tem mais sua presença e seu cuidado, no baralho que agora está recolhido na gaveta, no pé de acerola que está cheio da deliciosa fruta, na rua florida em que todas as flores plantadas por ele aguardam a próxima primavera, no alpendre, agora com uma cadeira vazia, e no silêncio da casa.

A comemoração dos seus 90 anos não saiu como o planejado, não teve festa, a família não pôde ser reunida. E, poucos dias depois de seu aniversário, veio sua partida.

"Devoto fervoroso, foi morar ao lado de Nossa Senhora e de Santo Antônio quando seu coração tão grande e forte parou de bater, como que atendendo a um pedido dele mesmo bem no finalzinho", complementa a neta e conclui: "Vovô, seguiremos sempre com você em nosso coração e em nosso pensamento. Vamos continuar cuidando da vovó, que foi, durante a vida, a sua maior preocupação. Abençoe-nos de onde estiver!"