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José Gomes de Lima

1940 - 2020

Era feliz e realizado tendo seu próprio negócio: uma mistura de armazém com boteco, onde a única neta tinha livre acesso aos docinhos.

Pai de família, comerciante aposentado, pai e avô exemplar. Era um homem muito emotivo, chorava a toa... tinha um coração maior que ele próprio, deve ser por isso que se emocionava com tanta facilidade. Ele era um homem de bom coração, doce, humilde e batalhador; todos o admiravam e o respeitavam. Homem de fé, ele era puro afeto ao falar da sua terrinha natal e da família.

Ele era chamado de “Seu Zé” pelos moradores do bairro e por seus fregueses. Era comerciante; tinha uma loja que fazia as vezes de botequim e mercearia ao mesmo tempo, no mesmo terreno da casa dele. "Meu avô tinha mania de falar “tcham”, quando entregava alguma coisa pra alguém no bar.", lembra a neta Thais.

Era apaixonado pela família e pelo trabalho. Sua alegria era poder dedicar-se de forma equilibrada às suas duas paixões: trabalhar e encontrar os amigos, e estar com os seus, cercado dos familiares na paz de sua casa. Ele prezava muito a questão da união da família, por isso amava quando todos se reuniam. Teve três filhos: Liliane, Leonardo e Leandro.

"Quando eu era criança, minha mãe me deixava na casa dos meus avós bem cedinho, antes de ir trabalhar, e o meu avô era quem me levava e me buscava na escola, todos os dias. Desde que eu me entendo por gente, ele tinha a loja dele. Às vezes, eu ia lá e pagava um docinho, e ele nunca achou ruim. Dizia aos fregueses dele que estavam lá que eu era sua única neta, então eu meio que podia ficar à vontade, que ele nunca me negaria nada. Foi ele quem me conduziu até o altar no dia do meu casamento. Nesse dia, ele estava muito emocionado, deixando o amor transparecer em seu semblante, ao abraçar meu noivo no altar. Foi um momento emocionante e muito especial pra mim.", conta a neta Thais.

Nordestino, ele morou muitos anos no Rio de Janeiro onde era conhecido mais como o Seu Zé. Era muito querido por todos por ser um morador antigo do bairro e pela forma como atendia as pessoas, tornando-se assim respeitado e amado por fregueses e vizinhos.

Era casado com Alice e juntos tiveram os filhos Liliane, Leonardo e Leandro. Era apaixonado pela família e pelo trabalho. Sua alegria era poder dedicar-se de forma equilibrada às suas duas paixões: trabalhar, encontrar os amigos e estar com os seus na paz de sua casa. Ele prezava muito a questão da união da família, por isso amava quando todos se reuniam.

Seu comércio fazia as vezes de botequim e mercearia e funcionava no terreno de sua casa em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. A lembrança desse tempo povoa a memória da neta Thaís, quando diz: "Desde que eu me entendo por gente, ele tinha a loja dele. Quando eu era criança, minha mãe me deixava na casa dos meus avós bem cedinho, antes de ir trabalhar, e o meu avô era quem me levava e me buscava na escola, todos os dias".

"Às vezes, eu ia lá e pagava um docinho e ele nunca achou ruim. Eu sempre entrava em sua mercearia e perguntava: 'Vô, posso pegar uma bala?' Ele dizia com muita doçura: 'Pega aí minha filha!' Meu avô sempre foi muito carinhoso comigo, acho que é porque fui a única neta dele. Dizia aos fregueses que estavam lá que eu era sua única neta, então eu meio que podia ficar à vontade, que ele nunca me negaria nada."

Era um homem emotivo, que chorava à toa e se emocionava com facilidade ao olhar um álbum de fotos, ao falar de sua cidade natal e de sua família, dos trabalhos que teve e da época em que morava na Rocinha antes de se mudar para Nova Iguaçu.

Saudosista, nos eventos de família gostava de tirar fotos com todos e conversava com todo mundo. Nesses momentos, ele puxava uma cadeira no quintal e pedia que se sentassem perto para conversar ao ar livre. Esses momentos eram os mais especiais com ele.

José alimentava fortemente o sonho de ser bisavô e vivia pedindo um bisneto à neta Thaís. Grávida do primeiro filho por ocasião desta homenagem, Thaís pôde imaginar o quanto ele estaria feliz se estivesse participando em vida da realização desse sonho.

"Foi ele quem me conduziu até o altar no dia do meu casamento. Nesse dia, ele estava muito emocionado, deixando o amor transparecer em seu semblante ao abraçar meu noivo no altar. Foi um momento emocionante e muito especial pra mim."

Thaís encerra sua homenagem ao Seu Zé dizendo: “Era homem de um coração maior do que ele próprio, doce, humilde e batalhador; um comerciante que todos admiravam e respeitavam. Um pai de família e avô exemplar. Homem de fé, ele era puro afeto ao falar da sua terrinha natal e da família".

José nasceu em Ipu (CE) e faleceu em Nova Iguaçu (RJ), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo filho e pela neta de José, Leandro Ferreira de Lima e Thais Lima Cardoso. Este tributo foi apurado por Marina Gabriely, editado por Ana Macarini, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 24 de fevereiro de 2023.