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José Gonzaga Bezerra

1937 - 2020

Quase todo domingo cochilava no banco da igreja, mas acordava na hora certa pra não marcar bobeira com o padre.

"Está tudo bem, tudo bacana", sempre dizia o Seu Zeca que quase nunca se queixava das coisas, mesmo quando elas não iam tão bem. Sempre agradecia por tudo, desde o alimento à mesa até os passeios e viagens que por vezes a família lhe proporcionava.

Amava o Flamengo e se lambuzava como criança comendo cabeças de tambaqui assado. Ia à missa todos os domingos e frequentemente cochilava no banco da igreja porém, se gabava por acordar sempre no ponto certo da celebração para “não marcar bobeira para o padre”.

Gostava de assistir filmes clássicos e antigos no canal TCM e se orgulhava de ter trabalhado como motorista de empilhadeira no Porto de Manaus.

Sempre foi um avô carinhoso com seus netos, mas foi um pai exigente com seus filhos Leide, Jonas, José Augusto, Ricardo e José Jesus que faleceu quando ainda era bebê. Agora está junto dele e de nossa amada avó que nos deixou há alguns anos. Ele e ela nos paparicavam com presentes e ficavam disputando para ver quem dava o melhor.

Um homem responsável e de fé que cuidou com muito carinho do seu bem mais precioso, a família!

José nasceu em Manaus (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de José, Nathalia França de Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por Rosana Forner, revisado por Rosana Forner e moderado por Rayane Urani em 1 de junho de 2020.