1936 - 2020
Cuidou dos netos como se fossem filhos. Homem simples e amoroso que dedicou a vida à família.
José Marinho dos Santos, o vô Zé, nasceu na Paraíba, porém mudou-se para a cidade de São Paulo, onde fez a vida e, posteriormente, para Uberlândia, em Minas Gerais.
Em São Paulo, Zé conheceu o grande amor de sua vida: a Nair, com quem foi casado por cinquenta anos. Os dois eram inseparáveis, até mesmo quando se desentendiam. Nair vivia pedindo para que o marido comprasse o que ela queria, mas nem sempre ele atendia e os dois discutiam. Mas logo se reconciliavam, e nunca se largavam.
Zé e Nair fizeram muitos amigos queridos ao longo do caminho — os dois mantiveram amizades que fizeram em São Paulo, na adolescência, por mais de quarenta anos —, mas também construíram uma linda família. Ela faleceu em 2017, deixando muitas saudades em seu amado companheiro, mas tudo o que eles construíram com tanto carinho e coragem permanecerá sempre na memória afetiva da família.
Além de terem criado o filho, José Marinho Jr., o casal também cuidou dos netos: Leandro, Luciano e Roberto. Apesar das dificuldades que encontraram, as memórias mais marcantes que o neto Leandro têm com o avô são de momentos durante sua infância e adolescência. Foram bons tempos aqueles que passaram juntos.
Com o nascimento de Giovanna, filha de José Marinho Jr. e de sua esposa Adriana, a família cresceu e, mais uma vez, Zé foi avô. Os dois viviam sempre juntos e ela hoje mora na casa que foi do avô.
Depois, José e Nair tiveram mais uma alegria com a chegada dos bisnetos Giulia, Yara, Amora, Paola, Leonardo e Elizabeth. Para o casal, simplesmente estar na companhia deles era motivo de enorme felicidade. O vô Zé, como o chamavam, sempre os mimava com muitos abraços e beijos. Quando Elizabeth saía de São Paulo para visitá-lo, ele fazia questão que ela ficasse em sua casa, onde era recebida com muito amor.
Era na casa de Zé e de Nair onde a família sempre comemorava o Natal. No final do ano, todos se reuniam: o filho, os netos, os bisnetos e as esposas e, juntos, deliciavam-se com a comida especial que Nair preparava para a ocasião.
José adorava futebol: era torcedor do Santos. Em 2018, acompanhou a Copa do Mundo junto com a família, vestindo adereços verde-amarelo para apoiar, de longe, o time do coração.
Ele sempre foi uma pessoa muito ativa. Mesmo ao final da vida, com 83 anos, Zé cuidava de tudo em casa: lavava, passava e arrumava. Também gostava muito de sair e de passear — e não adiantava que a família pedisse para que ele ficasse em casa.
Parte da família de José vivia em Brasília e, pouco antes de adoecer, ele decidiu visitá-los, passando pela cidade e finalizando em João Pessoa. Matou a saudade de suas irmãs, primos e sobrinhos no que, sem saber, veio a ser sua despedida.
Zé partiu inesperadamente, depois de uma vida simples e cheia de amor dedicada ao filho, aos netos e aos bisnetos que ele sempre quis tão bem. Nos corações, ficam as saudades e os bons momentos vividos juntos — e a certeza de que ele agora descansa em um lugar bastante especial, ao lado de sua amada Nair.
José nasceu em Bananeiras (PB) e faleceu em Uberlândia (MG), aos 84 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo neto de José, Leandro Borgognoni. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Victoria Vital , revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 19 de março de 2021.