José Paulo da Cruz

1959 - 2020

Gostava de cantar modas de viola com a família, especialmente em festas de aniversário.

Seu José Paulo nasceu, cresceu e passou toda sua vida na zona rural na fazenda Barreiro, no interior de Goiás. Em meio a uma família grande de dez irmãos, desde muito jovem precisou trabalhar para ajudar a mãe no sustento dos irmãos, após o falecimento de seu pai ainda muito jovem.

Na infância e na juventude não teve a oportunidade de estudar em uma escola regular ou fazer uma universidade. Ainda assim, sempre apresentou uma postura social crítica, opinando com objetividade a respeito da realidade local.

Zé de Paulo, como era conhecido, trabalhava como pequeno produtor local, no ramo de leite, produzindo queijos artesanais e vendendo como feirante na cidade. Era um homem cheio de planos e sonhos, apaixonado por cuidar de sua roça. Estava sempre alegre e sorridente. Perseverante, buscava em sua vida não ter mágoas.

Foi casado por vinte e seis anos com Maria Madalena. Não teve filhos biológicos, porém foi pai de coração dos três filhos de Madalena, além de exercer a figura paterna para os afilhados e sobrinhos.

Um tio muito amado, gostava de festejar em família, de estar com todos sempre reunidos para comemorar as alegrias e apoiar-se mutuamente nas dores e nas dificuldades financeiras. Estava sempre por perto aconselhando nas ocasiões necessárias. Compreensivo e companheiro com os enteados e a esposa, estendia a mão sempre que alguém precisasse. Não gostava de ver ninguém da família em desavença, fazia de tudo para a união de todos. Tinha especial apreço pelas comemorações de seu aniversário, com todos juntos.

Zé, como também era chamado em casa, gostava de brincar de fazer discurso nos encontros em família e cantar a música "Madalena, Madalena, você é meu bem-querer...”, de Martinho da Vila, para sua esposa.

Via a vida sempre com muita alegria, otimismo e perseverança, desejando a união da família e contribuindo intensamente para isso. Via a vida cheia de possibilidades. Não gostava de desistir antes de concluir o que havia começado, lembra saudosa a afilhada Tatielle.