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José Romário Ferreira

1963 - 2021

Buscava aprender coisas novas só para poder ajudar ainda mais as outras pessoas.

É difícil achar pessoas tão boas quanto José Romário. Com seu jeito prestativo, amigável e carinhoso, era impossível não gostar de tê-lo por perto. Estava sempre disposto a ajudar os outros, fosse um familiar ou um amigo, e procurava até mesmo aprender coisas novas apenas para ser uma pessoa ainda mais ajudadora.

Por não ter tido filhos, era muito dedicado aos sobrinhos. Sua sobrinha Gabriella se considera afortunada pelo laço que cultivou com ele, que também foi seu padrinho de batismo. Tio Babau, como ela carinhosamente o chamava, era uma presença constante em sua casa. “Ele e meu pai possuem menos de um ano de idade de diferença entre eles, por isso os dois sempre estavam juntos, seja consertando um aparelho eletrônico, seja batendo papo na porta de casa.”

Dentre as lembranças marcantes que tem do tio, recorda-se de quando ele levou seus mais dez sobrinhos para ver “Procurando Nemo” no cinema. Era também a única pessoa que podia chamá-la de “Gabiloide”, sem irritá-la; pelo contrário, fazia-a rir incontrolavelmente. “Na última vez que nos encontramos, o tio veio consertar a televisão do quarto dos meus pais e lembro dele brincando comigo e falando que, caso algo quebrasse, era só mandar uma mensagem”, diz.

Além da tatuagem que fez em homenagem ao tio Babau, fica a lição de bondade de um homem doce e honesto. Gabriella tem convicção de que todos que lhe eram próximos se lembrarão dele como uma pessoa boa, amigável e que vivia na simplicidade. Sempre sorrindo, pensarão nele e no quanto fez por eles, mesmo tendo tão pouco.

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De uma família com oito filhos, Romário viveu para cuidar dos irmãos e da mãe.

Bom filho, bom vizinho e bom amigo, sempre tinha palavras positivas para se referir às pessoas e nunca reclamou de nada na vida. Ajudou a todos com o que precisavam para crescer na vida.

A saudade que sua irmã Maria Adelaide sente hoje chega a doer, mas ela crê no reencontro e segue confortada pelo amor que sente por ele.

José nasceu em Nossa Senhora da Glória (SE) e faleceu em Aracaju (SE), aos 57 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha e pela irmã de José, Gabriella de Oliveira Salmeron Ferreira e Maria Adelaide Ferreira. Este tributo foi apurado por Vinícius Oliveira Rocha e Rayane Urani, editado por Vinícius Oliveira Rocha e Karina Zeferino, revisado por Paola Mariz e Paula Ledo dos Santos e moderado por Lígia Franzin em 5 de junho de 2021.