1956 - 2020
Gostava de se descrever como a música de Raul Seixas, um "maluco beleza".
"Meu pai foi um homem marcado pela infância com dificuldades", lembra sua filha. "Superou tudo. Com muito trabalho e dedicação, foi elogiado por todos os seus clientes. Era excelente no que executava."
Passou por uma separação dolorosa com a mãe dela. Se entregou ao álcool e chegou a morar nas ruas por três anos. Conseguiu se levantar, construiu uma casa e trabalhava arduamente com serviços de construção e acabamento de casas. Sempre muito elogiado, tinha admiração em tudo o que fazia.
Teve depressão e chegou a ser diagnosticado com esquizofrenia, mas nem tudo estava perdido.
O tempo passava e os filhos sofriam com a distância do pai. Mesmo assim, aumentava cada vez mais a vontade de reencontrá-lo.
Após 32 anos de vida sem ele, a filha pôde vê-lo novamente, juntamente com seus irmãos. E todas as lembranças do homem forte, trabalhador e digno foram confirmadas a cada encontro.
Deram risadas juntos, contaram histórias, comeram, tomaram cafezinho e, algumas vezes, dividiram o pudim de leite que ele tanto gostava.
Dele, herdaram a habilidade em "se virar nos trinta" e ter muitas saídas para o mesmo problema. Ele tem no DNA o "faça você mesmo" que, ao longo da vida, lhe trouxe grandes benefícios.
Não está mais em corpo presente, mas as qualidades que seus filhos carregam dele serão compartilhadas e repassadas aos filhos e aos filhos dos filhos, tornando-o eterno em seus corações.
José nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de José. Este tributo foi apurado por Phydia de Athayde, editado por Noêmia Maués, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 4 de junho de 2020.