1934 - 2020
Médico e professor, era a própria alegria! Chegava com aquele sorriso, a voz forte, e o ambiente se iluminava.
Amazonense com orgulho, filho do município de Coari, após concluir o segundo grau em Manaus, Juarez seguiu seus estudos em Belo Horizonte (MG), onde se formou médico em 1959. "Seu CRM-AM, de número 64, mostra que ele estava entre os primeiros médicos do nosso estado", diz sua prima Cinthya. Foram 60 anos de vida dedicados à medicina.
Professor aposentado da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde lecionou por mais de 30 anos, colaborou na formação de excelência de profissionais da saúde, especialmente médicos — que ele cobrava mais que a todos.
Mesmo depois da aposentadoria, Juarez retornou à UFAM para ministrar, voluntariamente, aulas de Fisiologia Humana, quando não havia professor contratado. Além de professor, atuou por 60 anos como médico nas áreas de Clínica Médica, Pneumologia, Pediatria e Gastroenterologia. Trabalhou por muitos anos no Hospital Adriano Jorge e na Santa Casa de Misericórdia.
"Por incontáveis vezes, ele atendia pessoas carentes, especialmente as vindas do interior, sem cobrar nada, da mesma forma que atendia aqueles que pagavam pelas consultas", diz Cinthya, e prossegue: "Nunca houve distinção! Pacientes se transformaram em amigos e muitos ex-alunos se transformaram em colegas."
Juarez não era de jogar os holofotes em si, mas "a luz brilhava nele sempre" por sua competência como médico, sua dedicação como professor, sua dinâmica como escritor e sua generosidade como homem.
Foi pai amoroso e orgulhoso, esposo companheiro e um avô que "rolava no chão por uma brincadeira". Por sinal, foi motivo de inspiração para muitas crianças, que sonharam em ser médicas, "igual ao doutor Juarez!”
A prima conta, sem esconder o orgulho, que dois grandes exemplos disso estão em casa: o filho mais velho, Kleber, e o primeiro neto, Victor, seguiram os passos do doutor Juarez. "Todos se transformaram em admiradores de sua jornada maravilhosa aqui nesta terra."
Juarez partiu, mas deixou uma aura de luz a iluminar a saudade, as lembranças e o amor dos seus, alimentando assim a força para seguirem adiante.
Juarez nasceu em Coari (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela prima de Juarez, Cinthya Iamile Frithz Brandão de Oliveira. Este tributo foi apurado por Cairo Martins, editado por Júlia de Lima, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 18 de agosto de 2020.