1957 - 2020
Nunca se esqueceu de quando foi criança, ao contrário dos que ficam adultos.
Seu primeiro nome é uma referência a uma espécie de borboleta, logo elas, que são conhecidas por sua vida breve, mas repleta de viagens, flores e admiração por onde passam - tanto por sua beleza quanto por sua simbologia de bondade, jovialidade e gentileza, assim como ela era.
Julia nasceu no sertão de Pernambuco, numa fazendinha chamada Pocinhos. Era filha de Francisco e Maria; irmã de Lila, Senhora, Domingas, Maria do Carmo, Teca, Lia, Tiva e Cabocla. Era quase a casa das 7 mulheres, mas com 9 no total.
Assim como o tão conhecido Lampião, carregava em sua história o sobrenome Ferreira, e era uma mulher tão forte e corajosa quanto o tão conhecido cangaceiro. Se mudou para São Paulo ainda jovem, carregando em sua mala alguns sonhos e sorrisos, itens esses que utilizou durante toda a sua estadia.
Foi uma costureira impecável, mãe admirável, esposa dedicada e uma amiga para todas as horas. Dedicou a vida à sua família, cuidando de suas filhas, de seu marido e de alguns sobrinhos, que vez ou outra brigavam entre si para garantir a sua vaga na tão amada "Casa da Tia Julinha".
"Mãe, você foi uma linda borboleta na vida de todos, que poderia ter ficado mais, porém no tempo que ficou inundou as nossas vidas de uma beleza e bondade imensurável", disse a filha Vanessa.
Julia deixa duas filhas (Vanessa e Simone), seu marido Manoel e um netinho que assim que chegar saberá da linda história da sua avó.
Julia nasceu Floresta (PE) e faleceu São Paulo (SP), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Beatriz Bevilaqua, a partir do testemunho enviado por filha Vanessa Ferreira Lopes da Silva, em 19 de maio de 2020.