1919 - 2020
Flexível para adaptar-se ao novo, mas firme para sustentar valores por toda uma vida: uma mulher de fibra.
"Dona Julia", como era popularmente conhecida, nasceu nas colônias de café, no interior de SP, onde trabalhou como lavradora. No início da década de 1950, mudou-se para a capital e de lá acompanhou toda a transformação do mundo: a chegada da eletricidade nas casas e ruas, da água encanada, do telefone, bem como do processo de urbanização e modernização como um todo.
Vendo o mundo mudar, a paulista até que se adaptava a ele... mas a sua essência permanecia intacta; "foi uma mulher de muita fibra", justifica a neta Mirella. Julia, mesmo em posse da tecnologia que sempre que possível a conectava à toda a família, por dentro seguia sempre com os mesmos princípios que aprendeu e uma força inabalável. Não porque não tinha problemas, mas porque os reconhecia e driblava. "Quem diz que não tem problema está mentindo... todo mundo tem o seu", dizia sempre a mãe de 6 filhos, avó de 17 netos, bisavó de muitos bisnetos e tataravó de 2 tataranetos. A mulher de fibra.
Julia nasceu em Araraquara (SP) e faleceu em São Bernardo do Campo (SP), aos 101 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Irion Martins, a partir do testemunho enviado por neta Mirella Parra, em 20 de julho de 2020.