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Juliana Amorim Marques

1986 - 2020

Uma professora que ensinou a importância de tratar as pessoas sem preconceito e com igualdade e valor.

Professora, mestre e doutoranda. Do português e do inglês. Da linguística e da alegria. Filha de costureira que decidiu trilhar um caminho diferente por meio dos estudos e não achando o suficiente, compartilhou conhecimento até o dia de sua hospitalização.

Referência de professora para a alfabetização, graduandos e concurseiros. Deixará muita saudade.

Da irmã, Fernanda Pacheco Marques.

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Era uma pessoa cheia de luz, que passava todo seu conhecimento com muito amor e carinho. Sou uma de suas alunas, na disciplina de Direitos Humanos, do curso de Serviço Social. Ela era uma das docentes mais queridas na instituição Universidade da Amazônia em Ananindeua.

Ela nos aconselhava a nunca deixar a faculdade e fazia questão de abrir o caminho do saber para seus alunos. Indicou livros, apresentou poemas, convidou pessoas de referência para debates e trabalhos, nos levou para conhecer de perto realidades tão importantes, como a de refugiados venezuelanos. Ela nos ensinava sobre tratar as pessoas sem preconceito e com igualdade e valor.

Em nome dos alunos da turma 408, eu gostaria de deixar em homenagem à memória dessa pessoa e professora tão querida, um trechinho de um poema de Sêneca.

“Ama como se fosse morrer hoje. Demonstre seu amor hoje como se você estivesse numa despedida. Fale com as pessoas de tal modo que elas guardem de você as palavras mais ternas. Não perca a oportunidade de mostrar seu afeto a cada pessoa que cruzar o seu caminho hoje. Não adie o amor, não adie o sorriso, o olhar de candura, a boa palavra, o abraço caloroso e o beijo de ternura, porque ninguém sabe se amanhã reencontraremos essas pessoas. Um dia sem amor, é um dia perdido! É um dia que não volta mais! Somos espíritos imortais, mas a experiência nessa Terra tem prazo de validade. E ninguém sabe quando esse prazo expira”.

Juliana nasceu Belém (PA) e faleceu Belém (PA), aos 34 anos, vítima do novo coronavírus.

Jornalista desta história Lígia Scalise, em entrevista feita com aluna Oseane da Silva, em 21 de maio de 2020.