1932 - 2020
Sua espiritualidade incluía ação e oração. Diariamente rezava o terço e, sem contar a ninguém, ajudava as pessoas.
Carinhosamente chamada de dona Preta, dizia que era descendente próxima de indígenas, o que era motivo de grande orgulho para Justiniana.
Passou por muitas dificuldades ao longo da vida, mas a fé e a luz, sempre presentes em sua trajetória ─ inclusive no nome ─, fizeram de Justiniana uma mulher forte e perseverante. Por isso, valorizava aquilo que lhe pertencia e era um ser de cuidado.
Cuidava especialmente dos filhos, netos e bisnetos. Segundo a filha Silvia Regina, Justiniana “adorava de maneira exagerada os filhos e netos, fazia qualquer coisa para protegê-los, chegando a proteger ─ de suas próprias mães ─ os bisnetos, com unhas, dentes e coração.”
Por outro lado, era exigente, gostava de tudo muito organizado e, às vezes, era até ranzinza. Silvia Regina conta que a mãe era uma mulher "de pulso" e “trazia todos na rédea”. E era respeitada. Até porque, segundo a filha, apesar de não saber ler, a mãe era uma pessoa extremamente sábia. “Estava sempre certa, enxergava mais do que todos nós. Era incrível! Parecia que adivinhava as coisas!”
Seu cuidado no mundo ainda incorporava as plantas. “Amava as suas plantas”, lembra a filha. E, por fim, cuidava dos alimentos para que eles pudessem nutrir e fortalecer os seus. Cozinhava “pra ninguém botar defeito”. Seu pão de queijo chamava atenção até da vizinhança.
Ah, quanta saudade de dona Preta... Preta de Luz!
Justiniana nasceu em Serrinha (BA) e faleceu em Salvador (BA), aos 87 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Justiniana, Silvia Regina da Luz. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Denise Stefanoni, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 15 de fevereiro de 2021.