1927 - 2020
Ela veio lá de Portugal para torcer pelo Vasco e ser a alegria dos almoços em família.
Sempre cuidou da família, mesmo depois que o marido Luciano partiu. Amava cuidar dos filhos, depois dos netos, dos bisnetos... Aquele coração era tão grande que coube até um espacinho para o Bartholomeu, o cachorrinho de um de seus netos. Muito próxima da família, era a diversão dos almoços de domingo e dos aniversários.
Ela nasceu em Oliveira de Azeméis, em Portugal, mas cruzou o Atlântico para viver a vida toda no Rio de Janeiro. Como boa lusitana em terras cariocas, aqui adotou o Vasco da Gama para ser seu time. Era vascaína roxa! Mas também amava tênis e ver os jogos do Guga!
Era tão brincalhona que até no tênis, ela arrancava sorrisos. Torcia muito durante aquelas partidaças dos melhores tenistas do mundo, mas nem os nomes mais diferentes daqueles atletas estrangeiros eram empecilhos. A vovó improvisava. O Federer era o "Fred"! Nadal virava "Magal". O Djokovic ganhava outro nome que ela conhecia bem: "Petkovic". Sobrava até para o Nishikori... ou melhor, para o "Chicória"! E assim ia. Não tinha tempo ruim, o importante era se fazer entender.
Ela sempre se fazia entender. E sempre fez de tudo pelos netos; nunca faltou carinho e amor para a gente.
Foi a melhor avó que um neto poderia ter. Vai deixar saudade demais.
Laura nasceu Oliveira de Azeméis (Portugal) e faleceu Rio de Janeiro (RJ), aos 92 anos, vítima do novo coronavírus.
Jornalista desta história Felipe Held, em entrevista feita com neto Fabiano Muniz, em 22 de maio de 2020.