1998 - 2020
Apaixonada por fotos, colecionava em sua galeria pores do sol.
Laura era uma filha amada, irmã preocupada, namorada maravilhosa, aluna exemplar, uma pessoa alegre e do bem, que facilmente se tornava a melhor amiga dos que a rodeavam. Amava a vida, sua família, os animais e as coisas simples da vida, como as fotos de pores do sol que ela, uma apaixonada por fotografias, colecionava em sua galeria.
Laura, ou Laurinha, como alguns a chamavam, adorava postar esses momentos em suas redes sociais. Estava sempre tirando fotos como se quisesse deixar partes da sua vida para sempre registradas.
Sua saúde era frágil em decorrência do lúpus e do tratamento interrompido ainda na infância, mas quem olhava para ela jamais diria. “A vida nela transbordava, assim como seu carisma. Sou muito grato por tudo que vivemos, por ter feito ela feliz, por ter sido seu amigo nas horas difíceis, por tê-la levado para alguns lugares que ela queria visitar e por tornado especiais as suas últimas lembranças”, conta Fabrício Everthon, seu namorado.
Tinha muito medo de ser contagiada pelo coronavírus, por isso, respeitou o isolamento desde o início da quarentena, mas isso não foi suficiente.
Sem ter tido a oportunidade de se despedir nem de fazê-la ver os vídeos e cartas que a família e ele enviaram, Fabrício Everthon continua a se lembrar de Laurinha toda vez que olha para o céu, para os animais, quando sente o abraço da mãe dela, quando olha as mensagens do celular, as fotos postadas, as cadeiras da universidade, o copo de açaí, quando pensa nas viagens, no pedido de fast food, na gargalhada de um amigo... enfim, em todas as coisas simples da vida que ela tanto valorizava. “Sinto falta do ‘bom dia’, do ‘boa noite’, do ‘eu te amo’”, completa.
Cursando o ensino superior para ter uma vida melhor para si e sua família, Laura, apesar das dificuldades que enfrentou, tinha o sonho de construir uma vida melhor. “Ela foi o amor da minha vida. Tudo o que nós queríamos era um lugar para chamar de nosso e ali construir nossa história, com nossos animais, nossas coisas, ao redor de parentes e amigos”, recorda-se Fabrício Everthon.
Apesar da dor e dos planos interrompidos, Laura deixa lembranças maravilhosas que vão mantê-la sempre perto das pessoas que a amam. “Todos sentimos sua falta, Laurinha, mas você estará para sempre em nossos corações. Mesmo que se passem mil anos, haverá sempre um pedaço de você em mim”, diz o namorado.
Fabrício Everthon diz agora o que não pôde dizer na despedida e eterniza seu amor em forma de lembrança e saudades.
“Laura, você é inumerável.”
Laura nasceu em Parnaíba (PI) e faleceu em Parnaíba (PI), aos 22 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo namorado de Laura, Fabrício Everthon Rodrigues Cunha. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.