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Lauricio Antonio de Siqueira

1943 - 2020

Quando contava uma piada, não havia ninguém que conseguisse segurar a risada.

Lauricio era um homem que apreciava a beleza nas simplicidades da vida. Gostava de comida caseira e de estar cercado de pessoas queridas. Nas horas livres, ia aos encontros dos Alcoólicos Anônimos, onde podia ajudar os amigos, e a reuniões do grupo da terceira idade. Gostava também de pescar. Contemplava a quietude da água, imerso em seus pensamentos.

Era conhecido como Carioca Marceneiro, porque uma das grandes paixões da sua vida era fabricar móveis. Tinha sua própria oficina, um de seus lugares preferidos no mundo. Ali trabalhou enquanto pôde.

Tinha personalidade forte e parecia um pouco sério, mas quando resolvia contar suas piadas o resultado eram infalíveis gargalhadas. Nos encontros de família, contava histórias, reais ou inventadas, sobre as assombrações que tinha visto na roça, fazendo com que todos rissem e se divertissem em sua companhia.

Lauricio era apaixonado pela filha, Lauriana, e pelo neto. Lauriana lembra com carinho que, desde que tinha apenas 7 anos de idade, ele lhe dava dinheiro para pedir uma pizza. Todos os domingos, na igreja, o lugar ao lado dela, do marido e do filho era reservado para Lauricio.

A memória da companhia, do amor, das piadas e das danças de Lauricio viverão para sempre dentro da filha.

Lauricio nasceu em Muqui (ES) e faleceu em Vila Velha (ES), aos 77 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Lauricio, Lauriana Silva de Siqueira Santanna. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Paula Garcia Corrêa, revisado por Fernanda Ravagnani e moderado por Rayane Urani em 10 de julho de 2021.