Léa de Castro Oliveira

1922 - 2020

Abnegada, solidária, engraçada e a eterna Furustreca.

Léa nasceu no subúrbio do RJ e era a irmã do meio. Após a morte de sua mãe, teve que abandonar os estudos para se dedicar aos afazeres domésticos e ao cuidado dos irmãos. Mesmo longe da escola, conservou o amor pela leitura, o que sempre foi motivo de orgulho para a sua neta Fernanda. "Com ela aprendi que a pessoa pode ser muito inteligente, mesmo sem estudo", conta.

Fernanda não se esquece da avó e da infância maravilhosa que teve por causa dela. "Ela sentava no chão comigo e brincava por horas. E nas brincadeiras em que mudávamos nossos nomes, eu sempre me chamava Cristina e ela, Furustreca. Eu dizia que era um nome horroroso e ela falava: 'Eu acho bonito'. E lá íamos nós, Cristina e Furustreca brincar de casinha."

A avó Léa costumava dormir na casa da neta aos finais de semana e as duas se esbaldavam no colchão que colocavam na sala, onde ficavam agarradinhas e dando milhões de beijos, o tempo todo. "Ela me chamava de docinho de coco. E aí, para eu dormir, ela brincava de 'quem falar primeiro come toda a porcaria do mundo'. Como eu não queria perder, acabava dormindo", relembra Fernanda.

Mulher desapegada e muito solidária, Léa tinha o coração imenso. Em 1984, com o falecimento do marido, vendeu o apartamento deles, deu o dinheiro para os filhos e foi viver em um asilo, por vontade própria, simplesmente porque não queria dar trabalho. Ela nunca gostou de dar trabalho.

Léa jamais será esquecida pelos seus familiares e amigos. Sua forma de viver a vida e seu jeito de ser, generoso, alegre e divertido, trarão sempre as mais belas memórias aos que ficaram.

“Ela sempre será o meu sol da manhã. Obrigada por tudo”, diz a neta.