Lucas dos Santos Corrêa

1972 - 2021

Realizador de inúmeros projetos especiais, ajudar o próximo foi o maior de todos os seus feitos.

Dos 15 irmãos, Lucas era um dos mais novos, e desde muito cedo ajudava os pais nos trabalhos de casa. Quando se tornou pai, fazia questão de contar para os filhos das dificuldades já enfrentadas, das pedras no meio do caminho, para mostrar a eles que a vida não é feita apenas de flores.

"Meu pai nunca se deixou vencer pelos obstáculos. Depois de muitos anos como pescador, resolveu, juntamente com outras pessoas, fundar uma colônia de pescadores, e aquilo se tornou a vida dele", conta Luyara.

Com admiração, a filha lembra da forma como o pai sempre dava um jeito para ajudar o próximo. "Ele é o homem que eu mais me orgulho no mundo, o grande amor da minha vida", revela. Na sequência, ela explica o significado do nome Lucas: “Um ser luminoso. E assim ele era, e jamais será esquecido".

O pescador amava promover eventos e reunir as pessoas de quem gostava. Era considerado uma pessoa do povo, do social, além de valorizar a integridade de caráter no ser humano; tanto que resolveu se candidatar a vereador e, como todos previam, foi eleito.

"Não tinha como não ganhar!", diz Luyara, para quem Lucas administrou os quatro anos de mandato com maestria. Embora para ela, um dos maiores legados deixado pelo trabalhador foi a fundação do sindicato dos pescadores.

Nas horas de folga, costumava jogar dominó e lidar com os bois no campo, que ele cuidava como se fossem da família a ponto de provocar ciúme na filha, conforme ela mesma admite, para em seguida, concluir aos risos: "Mas seu maior bem eram os filhos".

Segundo acredita Luyara, ela e os irmãos devem tudo ao pai; pelo homem forte e guerreiro que foi, por ter acertado na educação que ofereceu a eles, por sempre ter respeitado o próximo, independentemente de quem fosse. Ele é merecedor de amor e respeito incondicionais.

Ainda que, às vezes, reclamasse do tanto que Lucas ajudava as pessoas e não era retribuído, Luyara reconhece que aquele era o jeito dele, de não deixar jamais alguém passar necessidade. Pois ele amava tudo o que fazia, assim como amava a família, o sindicato e a sua fazenda.

"Meu pai jamais será um número, uma estatística. Ele era pai, marido, amigo, irmão de todos. E permanece mais vivo do que nunca dentro de mim", diz a filha, com a promessa de que seguirão na caminhada pelo imenso amor que sentem por ele.