1955 - 2020
O afeto de Luci vinha em forma de oração e amor. Era apaixonada pela vida e encantada por sua cidade natal.
Dividiu a vida por mais de trinta anos com Antônio, com quem foi muito feliz. Enfrentaram as tempestades da vida sempre com a esperança do arco íris surgir na manhã seguinte. Juntos, criaram um casamento forte e duradouro, cheio de respeito, amor e cumplicidade. Tiveram dois filhos, Cláudio e Roberto, que aprenderam com os pais os valores da honestidade e da educação, e a importância do amor e da simplicidade.
"Amava viajar para a terra natal, Pernambuco, principalmente para cidadezinha de Buenos Aires (PE) onde ela nasceu e onde vivem até hoje os irmãos que tanto amava. Gostava das lembranças que a cidade trazia, e de construir memórias novas em um lugar tranquilo e calmo com nome de cidade estrangeira, mas que tinha a beleza e a simplicidade que só as terras brasileiras tem. Lá reencontrava parentes e amigos, e era muito feliz ali. Luci tinha um carinho por todos, mas era especial a relação com Carlos e Manoel, moradores de Recife (PE). Estavam sempre brincando e se divertindo de alguma forma, e se amando de todas as formas."
Alegre e sorridente, amava uma praia, e tinha um carinho e um encanto especial por Porto de Galinhas. Católica, se inspirava nas boas ações de santos e nos exemplos de Jesus e Maria para fazer sempre o bem. Tinha mania de sempre registrar os momentos que vivia e os lugares por onde passava. Adorava fazer viagens, ir à praia, pular carnaval nos bloquinhos de rua. Doce e amável, adorava se reunir com os parentes no churrasco de família que, por sua vez, amavam a companhia alegre e divertida de Luci.
Preocupada e amável, sempre ligava para saber como estava todo mundo. Era querida por muitos e admirada por todos, simpática, conquistava a todos com seu jeito animado, honesto e bondoso de ser. Sábia e falante, sempre tinha algo de inteligente a dizer.
Luci deixa saudade em todos que tiveram a chance de conhecer um pouco e admirar muito a mulher incrível que ela era. Filha, mãe, avó, esposa, amiga, foi muitas sempre da mesma forma: transbordando amor e devoção. Sem ela, o almoço de domingo perdeu um pouco do tempero, e Buenos Aires não recebe mais a visita da turista especial que ela foi. Mas a perda é apenas momentânea e no momento certo o reencontro acontecerá, quem sabe com a presença especial de Maria que agora tem uma grande ajudante, e de preferência na praia, com cheiro de maresia e transbordando amor, como Luci tanto gosta.
Luci nasceu em Buenos Aires (PE) e faleceu em São Paulo (SP), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo sobrinho de Luci, Clebson de Araújo Silva. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Bárbara Aparecida Alves Queiroz, revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 27 de março de 2021.