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Luciano Teixeira de Castro

1974 - 2020

Dono de uma voz estrondosa e contagiante, não media esforços para ajudar as pessoas com seu coração imenso.

Luciano, o segundo filho de três. Nasceu na cidade de São Paulo e anos mais tarde mudou-se para o interior do estado com seus pais e seus irmãos. Sempre estudioso e esforçado, aprendeu a falar francês fluentemente. Conseguiu um emprego na aviação e voltou sozinho para a capital do estado. Nesses anos em que esteve na aviação, conheceu muitas pessoas e fez várias amizades que carregou em seu coração até a última batida.

Ele amava viajar, conhecia boa parte do mundo. Falava sempre com emoção sobre a primeira vez que viu a Torre Eiffel. Atravessava o oceano Atlântico quase todos os anos para se refugiar por algum tempo na Grécia, casa de alguns amigos queridos que tinha.

Em 2013, após mais de 20 anos, rompeu com a aviação e voltou para a cidade de Hortolândia, no interior de São Paulo, para morar com seus pais. Matriculou-se na faculdade, no curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e foi um aluno aplicado e esforçado.

Discutia política com afinco para defender seus pontos de vista. Nessa fase de sua vida, beirando os 40 anos, sob a influência de um amigo da faculdade, interessou-se pela área da educação e tornou-se professor de Português, formando-se também em Letras.

Trabalhou os últimos anos de sua vida ensinando e transmitindo aos alunos todo seu conhecimento. Sempre que podia, nas férias escolares ou em momentos livres, viajava para algum lugar.

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A carta aberta abaixo é de Clayton Rogério da Silva Filho para seu amigo, Luciano Teixeira de Castro:

Filho dedicado, irmão prestativo, tio brincalhão, amigo conselheiro, professor querido.

O Lu foi uma pessoa maravilhosa que Deus colocou em minha vida. Me aconselhou muito, me ajudou muito.

Esteve presente em vários momentos importantes da minha vida. Foi meu padrinho de casamento e seria padrinho da minha filha Liz que nasceu um mês após seu falecimento.

Tenho várias lembranças marcantes em minha memória, mas o que mais lembro é o momento em que estávamos no Guarujá em fevereiro de 2020, dentro do mar, debaixo de um sol maravilhoso, conversando sobre a vida e como ela é boa.

Uma vez ele me disse, enquanto comia salame, que se um dia, alguém me perguntasse o que ele mais gostava de comer nessa vida, a resposta seria “salame”.

Sua última mensagem de WhatsApp para mim, foi quando ele já estava internado e dizia para eu me cuidar.

Luciano nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em Sumaré (SP), aos 45 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo amigo de Luciano, Clayton Rogério da Silva Filho. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Júlia Paranhos, revisado por Mateus Teixeira e moderado por Rayane Urani em 24 de dezembro de 2020.