1930 - 2020
Uma artesã do barro que fez da vida sua mais bela obra.
Dona Nequinha, como era conhecida, foi mãe de 17, avó de 23 e bisavó de 29. E, mesmo assim, o trabalho, a dança, os encontros e as viagens tinham espaço em sua vida.
Muito ativa, essa católica fervorosa trabalhava na fabricação das tradicionais panelas de barro da região de Goiabeiras, onde também frequentava o grupo da terceira idade da igreja e ainda fazia parte do grupo de congo.
A neta Katiuscia conta que a avó adorava viajar na companhia da filha mais velha, Julcir, que partiu quatro dias antes da mãe, também levada pela covid. "Elas eram inseparáveis", diz Katiuscia.
Todo aniversário de dona Nequinha, em 25 de dezembro, a família fazia questão de se reunir para comemorar. Em retribuição, a aniversariante dançava com todos os filhos, netos e amigos, ao som do seu grupo preferido de forró, "Bruninho e seus teclados".
"Ela era a pessoa que mais dançava na festa", relembra a neta, para completar, na sequência: "Quanta vida, quanta saúde. Essa era minha avó".
Lucila nasceu em Vitória (ES) e faleceu em Vitória (ES), aos 90 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Lucila, Katiuscia dos Santos Corrêa Bussolotti. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Mariana Quartucci, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 11 de dezembro de 2020.